Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.
O clássico venceu o rock'n'roll na Liga dos Campeões
Jogo cauteloso e tradicional do Real bateu o futebol ousado e explosivo do Liverpool
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Na final da Liga dos Campeões da Europa, os ingressos falsos, o uso de gás lacrimogêneo pela polícia, a invasão de torcedores e os que ficaram fora, mesmo com ingressos, caracterizam uma péssima organização e a agressividade e a violência humana, que, às vezes, também se vê na América do Sul.
Por outro lado, a recepção da multidão de torcedores do Liverpool, na volta do time à cidade, todos cantando "You’ll Never Walk Alone", foi belíssima e emocionante, uma demonstração de reconhecimento, de delicadeza e de solidariedade coletiva. São as contradições humanas, presentes no Brasil e em todo o mundo.
Em um jogo com tantos craques dos dois lados, a conquista do Real Madrid, desta vez sem gol na prorrogação, teve várias simbologias, que se reúnem em uma só, a de que ganhou o jogo mais cadenciado, mais seguro, mais cauteloso, mais calmo e mais tradicional, contra o futebol mais ousado, mais intenso, de mais riscos e mais explosivo do Liverpool. O clássico venceu o rock’n’roll.
A vitória não significa que o certo, a melhor maneira de jogar, seja sempre a filosofia do Real, dirigido por Ancelotti. Cada jogo tem uma história, variados detalhes, alguns surpreendentes. O caminho, o que já ocorre muitas vezes, são as equipes usarem as duas posturas em uma mesma partida, de acordo com o momento. O Fluminense, dirigido por Fernando Diniz, jogou assim no Fla-Flu. O time atacava e defendia com muitos jogadores.
Eu, que fiquei impressionado com o enorme talento de Vinicius Junior, que parecia ser um novo fenômeno mundial, quando ainda atuava nas categorias de base, passei a achar, depois dos dois primeiros anos no Real Madrid, que ele não se tornaria um grande jogador, pelo enorme número de erros técnicos que cometia, mesmo com incrível velocidade e habilidade. Hoje, festejo sua evolução, pois se tornou um jogador importante na seleção e no futebol mundial.
Vinicius Junior aprendeu a usar a velocidade e o drible no momento certo. Desenvolveu também as técnicas individual e coletiva e a lucidez, como no gol da vitória, quando correu no instante certo para evitar o impedimento. Ele aprendeu a unir o corpo e a mente, a rapidez e a inteligência nas pernas.
Os treinadores que são mais tradicionais, experientes e têm sido questionados se não estariam ultrapassados, como Felipão, Mano Menezes e outros, devem ter ficado contentes com a vitória do Real de Ancelotti, do futebol mais clássico, habitual.
Tite deve ter ficado feliz pela vitória de seu mestre e pelas presenças e atuações dos brasileiros. Casemiro, Vinicius Junior e Alisson são titulares da seleção. Também estão no grupo Fabinho e de Militão.
Nesta quinta-feira (2), a seleção enfrenta a Coreia do Sul. Os que estiveram na final da Liga dos Campeões não começam a partida. A dupla de volantes será formada por Bruno Guimarães e Fred. Tite vai repetir a formação que enfrentou o Chile, com Neymar mais adiantado, com Paquetá próximo a ele, formando uma dupla de ataque, e com Richarlison pela esquerda, no lugar de Vinicius Junior, ou vai colocar Richarlison de centroavante, com Paquetá pela esquerda? Raphinha será o ponta pela direita.
No caso de o Brasil não ser campeão do mundo, o que é mais provável, porque há vários concorrentes do mesmo nível, os comentários já estão prontos, os de que o time não enfrentou, nos amistosos, as melhores seleções da Europa, e que Hulk, Raphael Veiga e outros que atuam no Brasil não foram convocados.
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