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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Pressão das commodities na inflação será menor

Após alta acelerada, oferta melhora e setor deverá ter redução de preços, segundo consultoria

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A pressão dos produtos agrícolas na inflação deverá sofrer uma reversão. Os Estados Unidos já apresentam sinais de safra melhor, e isso começa a impactar quando se olham os preços futuros dos grãos.

A análise é de Thaís Zara, economista-chefe da consultoria LCA e ex-colunista da Folha. “As principais casas que fazem estimativas de preços de grãos já sinalizam uma situação mais moderada no final do ano e no ano que vem.”

A economista alerta, no entanto, que ainda poderá haver surpresas no curto prazo, mas esse fôlego extra deverá perdurar por pouco tempo.

Em uma revisão do cenário macroeconômico, feita nesta quarta-feira (26) pela LCA, Zara afirmou que há uma percepção de que esses preços tendem a estabilizar no curto prazo.

Pensando um pouco mais adiante, haverá um recuo até o final do ano ou começo do próximo, o que aliviaria bastante as pressões inflacionárias.

Até mesmo uma estabilização desses preços auxiliaria, uma vez que interromperia a tendência de alta inflacionária.

Com relação ao petróleo, outro componente de peso na inflação, devido à sua importância na economia, haverá mais pressão no curto prazo, mas existe capacidade produtiva não utilizada pelas indústrias.

Com isso, a alta tende a ser temporária, mas os preços não devem superar o patamar anterior à pandemia.

A tendência de menor pressão nos preços no horizonte já ajudaria a acomodar mais a inflação, afirma a economista.

As commodities metálicas também tiveram um movimento forte de alta, devido à recuperação de preço perdido durante a fase mais aguda da pandemia. É o que ocorreu na China.

Mas o país asiático coloca em prática, agora, políticas que sinalizam um freio a essa expansão mais forte de valorização das matérias-primas.

A médio prazo, há a perspectiva de uma melhora de produção em países importantes, como Austrália e Brasil. Com isso, a perspectiva é de uma estabilização dos preços até o final do ano

Mesmo que haja um quadro de volatilidade nos próximos dois a três meses, os sinais são de moderação. “A estabilização já contribui para que não haja mais pressão da inflação”, diz a economista.

Zara avalia o quadro de preços das commodities como temporário. Ela vislumbra um segundo semestre um pouco mais tranquilo do ponto de pressão desse setor.

Além da valorização das commodities, a economista alerta para outros gargalos, como o logístico. O preço dos fretes está no maior patamar desde 2011 na China e mostra pressão grande no sistema logístico dos Estados Unidos.

Os gargalos estão dentro do setor produtivo como um todo, mas não significa restrição permanente da oferta. Esta tende a ser revertida, conforme os estoques forem recompostos. Zara afirma, no entanto, que a restrição de oferta está se prolongando mais do que se imaginava.

Devido à pandemia, que aumenta em alguns países, como na Índia, a resolução desses gargalos demora um pouco mais, mas eles são temporários. Com vacinação e recomposição de estoques, eles tendem a ser superados.

Apesar de um cenário mais favorável das commodities até o final do ano, o setor já fez estragos na inflação. Após redução na eclosão da pandemia, principalmente no caso do petróleo, os preços tiveram recuperação. As commodities agrícolas e metálicas ganharam valores superiores aos anteriores à pandemia.

Mesmo com aumento de oferta em anos recentes, os estoques não cresceram muito, o que levou ao aumento de preços, devido a movimentos de recomposição de estoques de grãos.

A demanda adicional chegou em um momento em que a oferta não teve capacidade de resposta. Daí a alta forte desde o final de 2020, afirma Zara.

As previsões da LCA indicam o dólar a R$ 5,10 neste final de ano, a taxa Selic a 6,25% e o IPCA em 5,5%. A evolução do PIB deverá atingir 4%.

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