Siga a folha

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Tecnologia avança na cultura do algodão, e empresa lança segunda geração de colhedora

Nova máquina deverá ter um valor estimado de US$ 1,25 milhão (R$ 5,84 milhões) para o produtor

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

O Brasil se tornou um dos grandes polos mundiais de produção de algodão. A área cultivada cresceu 70% nas últimas cinco safras; a produção subiu 85%; e a exportação, ao atingir 2,1 milhões de toneladas por ano, cresceu 145%.

Essa evolução só foi possível devido à grande inserção de tecnologia no sistema produtivo. Tudo isso representa custos, mas eles viabilizam a atividade.

A afirmação é do produtor Sergio Pitt, que cultiva algodão no oeste da Bahia. Segundo ele, a tecnologia garante produtividade, controle do processo e aumento da qualidade do produto.

Máquina colhedora da John Deere lançada neste ano - Divulgação

O processo produtivo no campo é o que mais envolve tecnologia e serviço. Na sequência —fiação e tecelagem—, o processo é bem mais simples, diz Pitt.

O campo tem de conviver com clima, manejo da produção, utilização de capital, adequação do solo e hora certa para plantar. "Não basta jogar a semente na terra e esperar pela qualidade do produto."

A tecnologia promoveu um salto da produção porque eliminou alguns serviços e reduziu perdas, segundo o produtor. Sementes, máquinas, qualidade dos insumos e startups trazem cada vez mais tecnologia para a cultura.

As sementes, embora com custos elevados, ajudam no controle de pragas e ervas daninhas. Já as máquinas, além da praticidade na colheita, permitem um rastreamento do algodão, da produção à loja, afirma.

Por tudo isso, o algodão é uma cultura de investimentos elevados. Os custos de produção, por hectare, ficam entre R$ 15 mil a R$ 16 mil, dependendo da incidência de pragas no ano, afirma o produtor.

De olho nessa atividade crescente no país, a John Deere coloca no mercado brasileiro, a partir de maio, uma nova geração de colhedoras de algodão. Elas trazem um aprimoramento no sistema de fardos e na eficiência energética.

Nova máquina da John Deere, que será colocada no mercado no próximo mês - Divulgação

A eficiência virá de uma velocidade mais acelerada, custo menor e ganho no transporte. Com isso, áreas onde antes o custo do transporte era proibitivo agora terão condições de serem exploradas, afirma Marcelo Lopes, diretor de vendas da John Deere Brasil.

A empresa promete uma máquina 20% mais econômica no consumo de diesel por tonelada colhida. Além disso, o sincronismo entre rotação dos cabeçotes de colheita permite um deslocamento 5% mais rápido.

Em dez horas de trabalho, a máquina colhe 1,8 hectare a mais do que o sistema atual. Dependendo da localização das lavouras, o potencial de colheita é para 40 hectares por esse período.

Quanto ao fardo, ele ficará 5% mais denso, uma vez que é prensado com mais força, com dimensão 2% maior.

Para Lopes, o fardo mais denso melhora o transporte até a algodoeira. A mudança está mais no peso do que no tamanho do fardo.

O diretor de vendas diz que o novo equipamento possui o que há de mais tecnológico já integrado como o JDLink de fábrica. O produtor poderá transmitir as informações de todos os dados de operação da máquina e os dados agronômicos processados durante a colheita para o Centro de Operações (Operations Center) da companhia.

Lopes destaca a necessidade de rastreabilidade do produto. A tecnologia permite uma coleta das informações geográficas e as repassa para a algodoeira. Essas mesmas informações acompanham o produto até as lojas.

Com avanço da conectividade, as informações passam a ser em tempo real. Com isso, são possíveis pequenas intervenções de reparos nas máquinas à distância, evitando danos maiores e que elas parem. Em 2021, 85% dos chamados abertos foram resolvidos à distância, e com custos 60% menores.

Para o diretor de vendas, cada vez mais os produtores, pequenos e grandes, se inserem no sistema tecnológico. Isso faz com que eles percam o receio de usar a tecnologia e passem a gostar mais dela.

A eletrônica traz uma série de benefícios. A máquina faz regulagem de peneiras para melhorar a colheita três vezes por minuto. No processo manual, eram três vezes ao dia.

Toda essa tecnologia tem um preço para o produtor. A John Deere afirma que o custo ​estimado da máquina será de US$ 1,25 milhão (R$ 5,84 milhões).

A inflação nos Estados Unidos, onde as máquinas são produzidas, a alta do aço e a falta de componentes elevaram os custos de produção, afirma Lopes.

Segundo ele, a nova máquina vem com custos superiores devido a novos benefícios e pela conjuntura econômica atual.

Até então, os direitos de patente impediam que outros utilizassem o sistema da empresa. As patentes começaram a vencer, e a John Deere faz aprimoramentos, com diferencial para novas patentes, afirma.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas