Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Vaivém das Commodities
Descrição de chapéu África

A África é a que mais cresce nas importações do agronegócio brasileiro

As compras africanas subiram 64% no primeiro trimestre, para US$ 2,3 bilhões

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

A África não representa muito para o agronegócio brasileiro, quando comparada com a Ásia, mas é a região que mais vem crescendo na relação comercial com o Brasil neste setor.

Nos três primeiros meses deste ano, os países africanos aumentaram em 64% as compras no Brasil, em relação a igual período do ano passado. Os asiáticos elevaram em 40%.

Além de aumentar as importações, a África diversifica o comércio com o Brasil. Cinco produtos —açúcar, soja, trigo, milho e carnes— representam 87% dessa relação comercial.

0
Maquinário de pulverização agrícola para pesticidas em monocultura de soja na rodovia Chico Xavier (BR-050), que liga o norte de Minas a Goiás, na altura de Brasília (DF). - Ana Bottallo/Folhapress

Essa lista avança, no entanto, para arroz, feijão, farinha de milho e amendoim. Dos 54 países do continente, 38 importam produtos do agronegócio brasileiro, inclusive genética animal e máquinas e equipamentos agrícolas, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

O Egito é um dos principais parceiros. As importações do país somaram US$ 564 milhões neste primeiro trimestre, 116% a mais do que em igual período anterior.

A pauta de compra dos egípcios é bem diversificada, incluindo desde animais vivos, carnes, cereais, soja a açúcar.

Neste ano, a comercialização entre Brasil e África foi incrementada pelo trigo. Nos três primeiros meses de 2021, os africanos haviam importado apenas 45 mil toneladas do cereal dos brasileiros. Neste ano, já são 696 mil. Marrocos, África do Sul, Sudão e Egito estão vindo buscar trigo no Brasil.

Arroz e feijão também constam da pauta de importações dos africanos. Senegal e Gâmbia foram os principais na compra do cereal, e Egito e Angola, na da leguminosa.

Na comparação com as exportações totais do Brasil, a África ainda está distante dos principias blocos. Os africanos importaram o correspondente a US$ 2,3 bilhões de janeiro a março, bem abaixo dos líderes asiáticos, que deixaram US$ 17,1 bilhões de divisas no país.

Na avaliação das relações comerciais do Brasil por bloco econômico, chama a atenção a baixa evolução do comércio brasileiro com o Mercosul e com a América do Sul. O crescimento foi inferior a 30%, o menor entre todos os blocos econômicos.

Nos três primeiros meses deste ano, em relação a 2021, o comercio do agronegócio brasileiro subiu 53% com a Europa, 44% com a América do Norte e 44% com o Oriente Médio.


Café É preciso avaliar como a guerra entre Rússia e Ucrânia vai afetar a taxa de crescimento do consumo mundial de café, afirmam os analistas do Itaú BBA na avaliação mensal que fazem sobre o agronegócio.

Café 2 Além disso, um eventual recrudescimento dos cenários de trigo e de milho pode elevar ainda mais a atratividade dessas commodities, em detrimento do café como opção de investimento pelos fundos.

Fertilizantes Os preços do mercado interno deverão fechar o primeiro semestre com evolução de 158%, em relação a 2021, segundo a MacroSector.

Gastos maiores Já as importações recuam para 14,9 milhões de toneladas, 10% a menos do que em 2021, mas os gastos sobem para US$ 12 bilhões, com aumento de 161%, segundo a consultoria.

Erramos: o texto foi alterado

A versão anterior do texto trazia US$ 2,3 trilhões, em vez de US$ 2,3 bilhões. O texto foi corrigido. 

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.