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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Descrição de chapéu alimentação

Golpe seria desastroso para o agro, braço de sustentação de Bolsonaro

Apenas EUA e União Europeia poderiam interromper a compra de um quarto dos produtos exportados pelo Brasil

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São Paulo

Jair Bolsonaro e os militares mais chegados a ele insinuam com um golpe, em caso de um resultado negativo nas eleições. Se o fizerem, vão prejudicar em cheio todo o agronegócio, o braço de sustentação do presidente.

O aviso de adoção de medidas contra o Brasil pelos Estados Unidos, em caso de uma ruptura da democracia, levaria vários outros países a seguirem o mesmo caminho, principalmente os europeus.

Apenas os países da América do Norte e os da União Europeia representariam uma quebra de pelo menos um quarto das exportações brasileiras do agronegócio.

O presidente Jair Bolsonaro acena para apoiadores durante parada do 7 de Setembro, em Brasília - Evaristo Sa/AFP

Café, soja, carnes, açúcar, etanol, frutas e suco de laranja estariam entre os mais prejudicados por um bloqueio contra o Brasil. E os efeitos de uma medida dessa são reais. Os russos que o digam.

Pela primeira vez a Rússia vai produzir 91 milhões de toneladas de trigo, com potencial de exportações recordes de 42 milhões.

Por causa da guerra contra a Ucrânia, boa parte do cereal da Rússia não terá compradores, devido ao bloqueio comercial imposto pelos norte-americanos, e seguido por outros países.

O resultado será dramático para a Rússia, que não tem uma estrutura interna adequada para o armazenamento do cereal.

No caso brasileiro, o café está no topo da lista das importações dos norte-americanos e dos europeus. Eles compraram do Brasil o correspondente a US$ 4 bilhões neste ano.

O setor de proteínas, que a duras penas vem tentando conseguir uma presença maior no mercado dos Estados Unidos, perderia todo esse esforço realizado nos últimos anos.

O Brasil, que era o principal exportador de carne bovina para os Estados Unidos nos primeiros meses deste ano, manteve uma posição de destaque até julho.

Dados do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicam que o Brasil é o terceiro maior exportador de carne bovina para os norte-americanos.

O país foi responsável pelo fornecimento de 17% de toda a carne bovina importada pelos EUA até julho. No ano passado, esse percentual era de 9% no mesmo período.

As compras dos EUA aumentaram 197% no Brasil neste ano. Os pecuaristas norte-americanos vão torcer por uma medida restritiva do governo contra a proteína brasileira.

O suco de laranja tem a Europa e os Estados Unidos como os principais mercados para o Brasil. Eles são importantes também para o setor de frutas, que vem crescendo nos últimos anos.

No caso da soja, a Europa, que despendeu US$ 4 bilhões neste ano no Brasil, é mais importante do que os Estados Unidos, que concorrem com os brasileiros nas exportações.

O açúcar também está presente na pauta de importações de norte-americanos e dos europeus, que gastaram US$ 400 milhões neste ano na compra desse produto.

As exportações de etanol, que tem como principal foco os Estados Unidos, também estariam fechadas.

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