Coluna assinada por Walter Porto, editor de Livros.
Papel mais caro deve empurrar preço dos livros para cima, dizem editoras
Uma das maiores fornecedoras, Suzano vai aumentar valor do produto em 15%, reagindo ao dólar mais alto
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O aumento considerável do preço do papel neste começo de ano pode provocar um encarecimento dos livros, segundo a coluna ouviu de editoras de grande e pequeno porte.
A Suzano, empresa dominante no fornecimento de papel e celulose, comunicou a seus parceiros que o papel Pólen, um dos mais populares, sofreria um aumento de 15,5% a partir da próxima semana, enquanto os papéis revestidos, mais comuns em livros ilustrados, subiriam 15%.
Em nota, a empresa diz que ao longo de 2020 não promoveu reajustes no preço do papel não revestido e que decidiu, no início da pandemia, “não repassar para os preços praticados no mercado doméstico a alta de custos de produção, diretamente relacionada à rápida desvalorização do real frente ao dólar”.
A International Paper, outra empresa relevante no mercado, reajustou seus produtos em 7%, afirmando ter sofrido com a pressão inflacionária.
Como contexto, vale lembrar que a demanda nas gráficas está alta, devido a um mercado editorial reaquecido, e que a pandemia aumentou a busca por outros produtos feitos com celulose, como embalagens e papelão.
PRESENTE DISTÓPICO Teve gente que sentiu um frio na espinha ao comparar a invasão do Capitólio americano, na última quarta, com o episódio que originou a Gilead de “O Conto da Aia”. Margaret Atwood deve continuar a habitar o imaginário dos leitores com uma nova distopia, “The Heart Goes Last”, sobre um casal que concorda em ficar privado de liberdade em prol da estabilidade econômica. A Rocco publica o livro no segundo semestre —espera-se que não seja premonitório de nada.
BLACK POWER Na seleção de inéditos da Perspectiva para este ano, está inclusa a tradução de “Black Noise”, livro de 1994 em que a socióloga Tricia Rose analisa a relação do rap com a cultura negra e a política racial americana. Sai em julho. Em setembro, é a vez de “Black Marxism”, publicado nos anos 1980, em que Cedric Robinson busca aproximar o pensamento marxista às experiências africanas e afro-americanas.
PREFERIRIA SIM E a Companhia das Letras vai reeditar a obra mais celebrada do espanhol Enrique Vila-Matas, “Bartleby e Companhia”, no seu vigésimo aniversário, alimentando o blog da editora com críticas que defendem o livro como um marco influente para um novo hibridismo literário, que mistura romance, conto, ensaio. Aliás, o novo livro do escritor, “Esta Bruma Insensata”, acaba de ser comprado pela casa e sai em 2022.
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