Chefs Bel Coelho e Alex Atala lançam campanha pela 'help hour'
Brincando com a expressão happy hour, ação incentiva consumo em horários menos movimentados
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Com o endurecimento da quarentena no estado de São Paulo e a redução do horário de funcionamento de restaurantes e bares, um grupo de chefs renomados lança hoje uma campanha para estimular a visita do público a esses locais durante a pandemia.
Chamada de #HelpHour (hora de ajudar), a ação convida o público a consumir nos restaurantes em horários não convencionais durante a semana, entre 16h e 20h —mesmo quando o funcionamento retornar à fase verde. Nesse período, nomes como Maní, Charco e Jiquitaia vão oferecer um menu especial, a partir desta terça (2).
A campanha, que brinca com o termo happy hour (hora feliz), é uma forma de lidar com as normas mais restritivas na capital e de manter aquecido o movimento, explica Bel Coelho, chef que idealizou a ação ao lado de Alex Atala, do Grupo D.O.M.
“Tem esse horário que é mais morto, com um consumo menor. Pensei em estimular as pessoas a adiantar o jantar e fazer um happy hour, com petiscos e bebidas”, diz a chef, que fechou as portas de seu Clandestino, na Vila Madalena, por conta da pandemia. Em dezembro, abriu o Cuia, café e restaurante dentro da livraria Megafauna, no Copan.
Entre os outros chefs que fazem parte do movimento estão Helena Rizzo (Maní e Manioca), Janaína Rueda (Bar da Dona Onça), Rodrigo Oliveira (Mocotó), Paola Carosella (Arturito), Marcelo Corrêa Bastos (Jiquitaia), Renata Vanzetto (Ema, Muquifo), Luiz Filipe Souza (Evvai) e Bruno Fischetti (Ramona).
Desde o último dia 22, quando o governador João Doria (PSDB) decretou o retorno à fase vermelha de todas as cidades paulistas no plano de quarentena, os restaurantes só podem funcionar por oito horas durante a semana e até às 20h. Aos sábados e domingos, devem fechar.
Nesta segunda (1º), porém, Doria afirmou que pode flexibilizar as restrições impostas à abertura dos estabelecimentos a partir de quinta, dia 4, caso o número de internações continue em queda.
“Alguns setores sofrem muito, as restrições podiam ser repensadas”, pondera Coelho. “É óbvio que a gente tira a máscara dentro do restaurante, sempre tem o risco, mas ele é menor. Uma festa aglomera muito mais.”
Segundo a chef, todos os estabelecimentos que fazem parte do movimento seguem à risca os protocolos sanitários, como o distanciamento entre as mesas e o uso obrigatório de máscaras.
“Sou a favor das normas de segurança, mas sem auxílio fica difícil. A chance de muitos estabelecimentos quebrarem é grande”, diz Coelho.
A Abrasel, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, prevê cerca de 20 mil desempregados no setor apenas com as novas restrições em vigor. Segundo estimativa, 12 mil estabelecimentos já encerraram as atividades na capital paulista na pandemia.
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