Siga a folha

Descrição de chapéu Obituário Wilson Costa (1936 - 2019)

Mortes: Vendedor já na adolescência, trabalhou até os 82 anos

Determinado, conquistou o sonho de ter sua própria loja de roupas em Bauru (SP)

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

No Natal de 1968, Wilson Costa pela primeira vez fez dinheiro, depois da infância pobre como engraxate e vendedor de pão em carroça. Jogou as notas todas no chão, depois para cima, e exclamava: "olha quanto dinheiro!".

Naquele ano, havia comprado uma loja de vestuário masculino em Bauru, que deu o nome de Wilson Roupas. Mas não gostava do estilo das peças e, no Natal, vendeu o estoque, para começar do zero. Foi assim que juntou todas aquelas notas que, segundo a esposa, rapidamente recolheu e guardou, logo após a euforia inicial.

Wilson Costa abriu uma loja de roupas em Bauru e trabalhou até os 82 anos - Arquivo pessoal

A loja era um desejo de Wilson desde a adolescência. Até o nome foi idealizado nessa época. "Ele andava na rua, imaginando a loja, e até trombava com a cabeça no poste", diz a filha, a comerciante Cristiane Costa, 50, que nasceu no mesmo ano da Wilson Roupas. Depois vieram mais dois filhos e três netos.

Wilson nasceu em Bauru, filho de um carpinteiro e uma dona de casa. Seu primeiro emprego no comércio foi aos 19 anos, em uma loja de roupas. Estudou só até a 5ª série, mas era contra usar calculadora: um bom vendedor faz as contas de cabeça, dizia.

Quando comprou a loja, aos 32 anos, ia de fusquinha até São Paulo para comprar peças de grife e levar para Bauru. Assim a Wilson Roupas ganhou notoriedade, cresceu e abriu uma filial, em um shopping. "Ele adorava o trabalho, tirava cinco dias de férias e já queria voltar", diz Cristiane.

Mesmo depois do Alzheimer, Wilson insistia em ir até a loja. Em março, pegou dengue e foi internado. Morreu em 6 de abril. Até poucos dias antes, aos 82 anos, frequentava a loja. Ficava lá sentado, mesmo que não estivesse forte o suficiente para trabalhar. "Quero morrer aqui", dizia.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas​​ 

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas