Siga a folha

Nunes diz que vai segurar reajuste de tarifa de ônibus até votação de projeto

Prefeito de São Paulo se reuniu com presidente do Senado em Brasília, nesta quarta (9)

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) disse nesta quarta-feira (9), em Brasília, que irá segurar o reajuste na tarifa de ônibus na cidade de São Paulo até a votação de um projeto dos senadores Nelsinho Trad (PSD-MS) e Alexandre Giordano (MDB-SP), para que o governo federal repasse aos municípios, estados e ao Distrito Federal, o valor gasto com a gratuidade no transporte público em áreas urbanas. Isso evitaria aumento na passagem neste ano.

Nunes se reuniu na tarde desta quarta com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para tratar do projeto. A expectativa é que ele seja posto em votação na próxima semana.

Passageiros tentem embarcar em ônibus no terminal Guaianases, na zona leste da capital - Rivaldo Gomes - 24.ago.21/Folhapress

A passagem dos idosos paga pelo governo Jair Bolsonaro evitaria o reajuste nas passagens dos ônibus nas grandes cidades brasileiras em pleno ano eleitoral.

Segundo recente levantamento da Frente Nacional dos Prefeitos, a gratuidade dos idosos representa 8% do custo do transporte público. A estimativa é que esse subsídio chegará a R$ 5 bilhões ao ano para os cofres públicos da União.

"Foi [o encontro] muito positivo", afirmou Nunes, em entrevista pouco antes de sair do Senado. "Se praticar o aumento de tarifa vai ter uma repercussão de 1% a 2% na inflação, além de prejudicar diretamente os mais pobres", disse o prefeito, que nesta quarta também foi com comitiva à CGU (Controladoria-Geral da União) e ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para tratar da cessão do aeroporto Campo de Marte, na zona norte da capital, para o governo federal.

Nunes e outros integrantes da Frente Nacional dos Prefeitos já haviam se reunido no último dia 28 de janeiro com a ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, para negociar o repasse da gratuidade na passagem de ônibus para a União.

Na reunião com a ministra, no gabinete do prefeito, em São Paulo, foram apresentadas duas propostas para que o governo federal banque a gratuidade dos idosos. Uma delas é a edição de uma medida provisória e a outra é a aprovação do projeto do Senado. Arruda ficou de levar o tema para o Ministério da Economia.

"Acho que a gente conseguiu atingir o objetivo de mostrar a preocupação para o governo federal e o senador tem pleno conhecimento", afirmou Nunes nesta quarta, dizendo que Pacheco e a ministra conversaram sobre o tema na véspera, segundo relatou o parlamentar na reunião desta tarde.

Em dezembro, Nunes suspendeu o reajuste nos ônibus de São Paulo para esperar pelo subsídio do governo federal às passagens dos idosos.

Às vésperas do Natal, a Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito e técnicos da SPTrans sugeriram que o preço da tarifa passasse dos atuais R$ 4,40 para R$ 5,10 para recompor a inflação dos dois anos sem aumentos dos ônibus na capital.

O reajuste foi debatido durante reunião extraordinária online do Conselho Municipal de Trânsito e Transportes.

No ano passado, a prefeitura gastou cerca de R$ 3,8 bilhões com subsídios para equilibrar a tarifa. Na época das discussões do reajuste, Nunes disse que a gratuidade dos idosos custa R$ 450 milhões ao ano ao município.

No fim de 2020, a prefeitura e o governo estadual, gestão João Doria (PSDB), elevaram a gratuidade no transporte público para idosos a partir de 65 anos. Antes, quem tinha a partir de 60 anos não precisava pagar passagem em ônibus e nos trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e do metrô.

Críticas

Nesta quarta, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) afirmou ter enviado na terça uma carta para os senadores com críticas à proposta para o governo federal custear a gratuidade dos idosos no transporte público das cidades.

A proposta, que segundo o Idec foi elaborada pelos empresários de ônibus, coloca em risco o direito dos idosos e não atinge a raiz do problema.

Segundo o instituto, para viabilizar o formato de repasse, será necessário contabilizar o número exato de idosos que circulam no transporte público.

"Para isso, propõe-se acabar com o direito do idoso acessar o transporte apresentando apenas o RG, obrigando-o a fazer cartões especiais. Essa dificuldade prejudica o pleno direito de gratuidade no acesso desse público ao transporte, que é garantido na Constituição", afirmou o instituto.

"A gratuidade do idoso já é uma realidade. A proposta em questão não produz um novo impacto social, nem traz inovações para a transparência gestão do transporte, trata-se apenas de uma injeção de recursos direto para os empresários, sem gerar nenhuma melhoria no serviço", disse o Idec, em nota.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas