Detectores de metal testados pelo Metrô de SP estavam guardados havia 13 anos
Empresa anunciou testes com os equipamentos na última sexta (9) após relatos de crimes dentro de estações
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Os detectores de metal que passaram a ser usados em período de teste pelo Metrô de São Paulo em suas estações desde a semana passada já foram utilizados pela própria estatal anteriormente e estavam guardados havia 13 anos.
A companhia já havia realizado testes semelhantes com os equipamentos em 2009, segundo informações da Cipa (Comissão Interna para Prevenção de Acidentes) do próprio Metrô.
Segundo o órgão, os testes realizados há mais de uma década na Sé apontaram que os equipamentos não conseguiam atender estações com grande circulação de passageiros, o que resultou no armazenamento dos detectores.
Procurado, o Metrô confirmou que os equipamentos já foram utilizados em anos anteriores, incluindo nos testes de 2009. Antes disso, a empresa havia tentado usar a tecnologia em 2004, também sem sucesso.
Agora, os dispositivos passaram por reformas antes de serem reutilizados.
O Metrô iniciou na última sexta-feira (9) a fase de testes para o uso de detectores de metal, efetuada com o apoio de agentes da Delpom (Delegacia de Polícia do Metropolitano)
A medida foi anunciada como incremento à segurança após relatos de crimes praticados dentro de estações.
Na manhã desta segunda (12), um teste na estação Pedro 2º (linha 3-vermelha) ocorreu em meio à baixa circulação de passageiros, elogios de alguns deles e pouca pressão de funcionários.
Iniciada por volta das 10h e programada para ir até as 16h, a ação contou com dois portais para detecção de metal em frente às catracas de embarque, além de aparelhos que eram utilizados manualmente por dois funcionários –um homem e uma mulher– responsáveis por instruir e checar os passageiros, que deviam entrar com celulares, chaves e guarda-chuvas em mãos.
Nas barreiras, foram colocados cartazes para orientar usuários com marca-passo, implante coclear e outros dispositivos que sofrem interferência a procurar um funcionário para evitar a passagem pelo detector.
Cada revista durava cerca de dez segundos e consistia em, no máximo, uma passada rápida dos equipamentos portáteis sobre as bolsas, sacolas ou mochilas. Não havia avisos sonoros, os funcionários se guiavam por sinais visuais emitidos pelos aparelhos.
Sem dificuldades, a reportagem passou apenas com uma chave em mãos. Havia ainda um celular, um notebook e outra chave, de carro, em uma mochila. Nada foi impedimento.
A dona de casa Graziela Floriano, 25, que levava sua filha de 7 anos ao médico disse que se sentiu mais segura com a presença dos detectores. "A gente vê o que acontece nas estações, horror. Há algumas semanas, eu estava na estação da Luz e um homem começou a ameaçar alguns passageiros com uma faca. Fiquei muito assustada".
A companhia disse que o teste deve durar alguns dias, mas não deu detalhes de prazo e se será ampliado para mais estações.
Outra medida que o Metrô está perto de assegurar é uma parceria com a Polícia Militar. Segundo os responsáveis, o trabalho dos agentes se dará por meio da Dejem (Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar).
Trata-se do "bico oficial", bastante usado em operações delegadas em áreas de comércio popular, por exemplo.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters