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Descrição de chapéu Obituário Nair da Costa Alquéres (1931 - 2024)

Mortes: Professora, educou gerações com empatia e amor à vida

Humanista, Nair Alquéres acreditava nas pessoas e nos direitos das mulheres

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Curitiba

Era década de 1940 quando a jovem Nair da Costa Alquéres saiu da pequena Campestre, em Minas Gerais, rumo a Poços de Caldas (MG) para ser ‘normalista’, como chamavam as professoras. Aluna interna no Colégio Jesus Maria José, tradicional escola católica da cidade, iniciou por lá sua carreira na educação.

Uma década depois já havia escrito sua história na educação municipal. Foi professora no então Colégio Maria de Lourdes Freitas, chamado de Dona Mariazinha, no qual educou gerações, como a de Marcos Dias, que foi seu aluno no primeiro ano escolar. "Era a mulher mais linda e a pessoa mais doce e gentil", recorda. "Brincava conosco no recreio e formou a base do meu aprendizado."

O filho Hubert Alquéres diz que a vocação em educar vem de família e passa por gerações. A inspiração de Nair foi o irmão mais velho, Jesus Bernardino da Costa, professor de português e literatura. "Eram adorados pelos alunos, pais e pelo corpo docente das escolas onde lecionavam. Os dois influenciaram positivamente a formação do caráter e o saber de várias gerações daquela época", ressalta o filho.

Nair da Costa Alquéres (1931 - 2024) - Arquivo pessoal

Ele e duas sobrinhas também dedicaram-se à educação. "Ela tinha muito orgulho de ter servido de exemplo para que outros membros da família se tornassem professores."

Mãe amorosa, adorava ensinar e orientar os filhos e alunos, sempre com carinho e animada com a vida. "Tinha uma alma leve, não cultivava sentimentos como ódio ou rancor. Entendia a família como o mais importante núcleo e esteio da sociedade. Foi o polo agregador de nossa família", afirma o filho.

De formação humanista, preservou valores como honestidade, solidariedade e empatia. "Leitora voraz, gostava de estar sempre atualizada por meio de jornais e revistas. E adorava ensinar: de receitas culinárias a cuidados com a saúde."

Em 1967, mudou-se para São Paulo com a família e passou a dar aulas particulares, de reforço escolar.

Atenta às mudanças, acompanhou a evolução dos direitos das mulheres, sendo referência para as de sua família. O filho diz que, nos anos 1950, quando começou a lecionar, Nair sempre se posicionou contra o patriarcado. "Considerava importante que a mulher trabalhasse e tivesse sua liberdade financeira. Tinha muitas amigas, com quem trocava ideias sobre o papel da mulher. Era admirada por todas."

No início dos anos 1960, a professora acompanhou de perto a luta pela valorização e direitos das mulheres. "Admirava as atrizes mais progressistas nas questões feministas", lembra o filho. "Achava que elas eram exemplo para todas. Gostava de ler jornais e de assistir aos programas de tevê que debatiam as questões da mulher."

Nair, que tinha seis irmãos e ascendência espanhola, portuguesa e indígena, morreu em 10 de maio, aos 92 anos, de problemas cardíacos. Deixa três filhos, três netas e um bisneto.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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