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Coordenador de controle de armas da PF armas cobra de Gestão cargos para fiscalizar CACs

Cristiano Campidelli afirma que, sem recurso para contratar terceirizados, não há como começar uma fiscalização efetiva

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Recife

O coordenador-geral de Controle de Serviços e Produtos da PF (Polícia Federal), Cristiano Campidelli, cobrou o próprio governo federal sobre a liberação de novos cargos para fiscalizar os CACs (caçadores, atiradores e colecionadores). A fala foi endereçada à ministra de Gestão Esther Dweck, responsável pela liberação de recursos para novas contratações.

A declaração foi feita durante o 18º Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que acontece no Recife.

"Quisera eu que a ministra Esther [Dweck] pudesse ouvir essa fala, quisera eu que todos do governo federal entendessem que o primeiro decreto do governo foi o 11.366 [de controle da política de armas], isso é simbólico. Os pontos que a gente precisa é da estrutura, a gente quer fazer o trabalho bem feito", disse.

Instrutor demonstra manuseio de arma de fogo em clube de tiro na Lapa, região oeste da capital paulista. - Folhapress

Campidelli disse que se o recurso não vier até outubro para a contratação de terceirizados, não há como começar a fiscalização dos CACs de forma efetiva.

A responsabilidade pelos CACs será transferida integralmente à Polícia Federal a partir de 1º de janeiro de 2025. Atualmente, o Exército cumpre essa função. Existem mais de 1,3 milhão de armas nas mãos da categoria.

A PF solicitou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública a criação de 3.000 cargos para assumir todas as atribuições relacionadas aos CACs. No entanto, a pasta ainda não teve o retorno do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

Campidelli acrescentou que já não é possível fazer a contratação a tempo dos concursados. Existe, entretanto, uma proposta de registro de preço para 600 administrativos pronta, mas falta chegar o recurso.

Desde que assumiu, em fevereiro deste ano, a gestão do ministro Ricardo Lewandowski já teve reuniões com membros dos ministério do Planejamento e da Gestão em busca de orçamento para os CACs e para outras políticas.

Lewandowski herdou de seu antecessor, Flávio Dino, uma pasta com a política de controle de armas ainda em formatação. Ele já disse que pode haver escalonamento ou adiamento da ida dos CACs para a PF dependendo de quando vierem os recursos.

O decreto de Lula (PT) deu um freio à flexibilização de normas adotada no governo Jair Bolsonaro (PL), que resultou no aumento do número de armas e munições em circulação.

Um relatório recente do TCU (Tribunal de Contas da União) concluiu que o Exército, responsável pelas atribuições dos CACs, falhou em suas atribuições. Ele aponta, por exemplo, "sérias fragilidades" na fase de comprovação da idoneidade de quem obteve ou renovou o registro de CAC.

Relatório mostrou que 5.200 condenados pela Justiça conseguiram obter, renovar ou manter o registro de CAC no Exército entre 2019 e 2022. Eles respondiam principalmente a acusações por porte ou posse ilegal de armas, lesão corporal e tráfico de drogas.

A Folha já revelou que membro da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) conseguiu obter o certificado de registro de CAC no Exército Brasileiro mesmo tendo uma ficha corrida com 16 processos criminais.

Durante o encontro, o general Marcus Alexandre Fernandes de Araújo, diretor de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército, defendeu o trabalho do Exército.

"Nós fizemos e continuamos fazendo o melhor que a gente pode, lógico que existe um nível de exigência muito grande, entendemos isso. Tenho visitado todas as unidades responsáveis pela fiscalização e tenho visto muita dedicação, o máximo de empenho para fazer o máximo possível’, disse.

Durante a discussão, também foi dito que os CACs vão ter um sistema próprio na PF, que vai se chamar Sinarm CAC. O sistema, que fazia parte do Sigma (Sistema de Gerenciamento Militar de Armas), foi cedido pelo Exército.

A jornalista viajou a convite do Fórum Brasileiro de Segurança Pública

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