Mortes: Deixou um legado na medicina e na família
Dermatologista, Osmar Rotta venceu traumas pessoais e ensinou alunos da Unifesp
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Com 13 anos, Osmar Rotta perdeu o pai e teve que começar a trabalhar, primeiro como office-boy, depois como bancário. Nesse período, seguiu estudando, até conseguir entrar em medicina na USP (Universidade de São Paulo) em 1968, na 51ª colocação, entre mais de 6.000 candidatos.
"Esse foi um feito do qual ele se orgulharia por toda a vida", conta a esposa, Vera Rotta. "Tinha apenas uma calça e frequentemente precisava escolher entre o almoço e o jantar."
Osmar participou ativamente do movimento estudantil, sendo vice-presidente do DCE Livre da USP.
Para ajudar com os custos da faculdade, trabalhava como professor de biologia e ciências em cursos supletivos.
Formou-se em 1973, em 1979 tornou-se mestre em Dermatologia, também pela USP, e em 1986 conquistou o título de doutor em medicina, pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), passando a participar ativamente das atividades da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
"Foi exemplo de verdadeiro mestre e professor, por sua didática e ter formado vários mestres e doutores, competentíssimo profissional, além de ter sido um grande amigo e muito apegado e querido por seus familiares e amigos", expressou o dermatologista e amigo Mauro Enokihara.
Mais novo entre três irmãos, Osmar vem de uma família italiana de palmeirenses, mas, como bom contestador que era, decidiu pelo Corinthians, amor que passou para seus filhos e netos. Também amava ler e manter-se informado, sempre com sede de conhecimento.
Foi este amor que o moveu por quatro décadas como professor na Unifesp, na qual foi chefe da disciplina de dermatologia geral, de 1995 a 2005, e do departamento de Dermatologia, de 2005 a 2011. "Sempre pautado por um rigoroso compromisso ético. Orgulhava-se de nunca ter faltado a uma aula", diz Vera.
Participou da criação da Liga de Combate às Doenças Sexualmente Transmissíveis e da fundação do Grupo Interdisciplinar de Atendimento ao Hanseniano. "Viajou pelo país ministrando aulas e palestras, além de ter atuado em comissões científicas de interesse social e acadêmico", afirma a esposa.
"Marido carinhoso, cuidadoso e dedicado, pai presente, avô amoroso e amigo leal, exemplo de coragem, resistência, integridade, ética e amor", ressalta ela.
O médico morreu em 29 de julho, aos 76 anos, de causa não divulgada. Deixa a mulher, quatro filhos e cinco netos.
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