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Colégio Santa Cruz, em SP, terá cota e bolsa para negros e indígenas

Mensalidades serão pagas por associação de pais e ex-alunos; expectativa é também atrair estudantes pagantes

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São Paulo

O tradicional Colégio Santa Cruz, em Alto de Pinheiros (zona oeste), terá um programa de reserva de vagas e bolsas para alunos negros e indígenas a partir do ano que vem.

O programa terá início com estudantes da educação infantil. Atualmente, a seleção para a etapa é bastante concorrida, com parte das vagas decidida por sorteio e parte reservada a filhos de pais com vínculo com a escola (ex-alunos, por exemplo), majoritariamente branca, como todo o segmento da educação particular em São Paulo.

Serão ao todo 22 vagas reservadas para alunos pretos, pardos e indígenas, dos quais dez pagantes e até 12 bolsistas.

No caso dos bolsistas, uma comissão do colégio definirá as vagas após entrevistas e avaliação de comprovantes de renda.

No caso dos pagantes, as vagas serão definidas pelo critério de vínculo com a instituição ou por sorteio de vagas. Os responsáveis deverão apresentar declaração racial e passar por entrevista.

O número geral de vagas no colégio não vai aumentar para o ingresso desses alunos.

Fachada do colégio Santa Cruz, em Alto de Pinheiros (zona oeste de SP) - Alberto Rocha - 28.abr.2017/Folhapress

Em reunião recente no Conselho Estadual de Educação, o diretor-geral do Santa Cruz, Fábio Aidar, falou da importância de atrair alunos negros e indígenas não só bolsistas mas também pagantes.

“Como o colégio é muito concorrido, acredito que a gente possa atrair negros pagantes também, o que seria importante também para não associar sempre uma familia negra a uma família carente.”

Em comunicado às famílias de alunos enviado nesta sexta-feira (28), Aidar e a diretora pedagógica, Débora Vaz, afirmam que uma associação fundada por mães, pais e ex-alunos bancará as bolsas para os alunos do programa cujas famílias não puderem arcar com as mensalidades.

“Acreditamos que a ampliação da diversidade racial e o combate ao racismo na escola dialogam com o projeto de sociedade com o qual o colégio quer contribuir, menos desigual e mais justa”, diz o texto. “O programa será desafiador e o êxito dependerá de percorrermos o caminho em espírito de comunidade, com a parceria de todos os envolvidos.”

O início pela educação infantil e o financiamento com recursos de pais e ex-alunos são também características do projeto de bolsas lançado no ano passado pela Escola Vera Cruz, também em Alto de Pinheiros, para aumentar a diversidade racial.

Na carta dirigida aos pais, o Santa Cruz cita ainda ações para aumentar a diversidade do quadro de educadores ainda neste ano e a revisão do currículo e do acervo.

A adoção de iniciativas para aumentar a diversidade racial em escolas particulares de São Paulo ganhou corpo com a pressão de parte dos pais nesse sentido no ano passado, em meio aos protestos detonados pela morte de George Floyd, nos Estados Unidos, por um policial branco.

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