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Clínicas de estética oferecem tratamento com plasma rico em plaquetas sem liberação da Anvisa

Considerado um procedimento experimental pelo CFM, riscos são similares aos de outras cirurgias, como infecção

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São Paulo

O uso do plasma rico em plaquetas (PRP), além de ser uma das grandes apostas do mercado estético, é fonte de controvérsia. É a base do procedimento apelidado de "vampire facial" —popularizado por Kim Kardashian— e consiste na injeção de uma solução com alta concentração de plaquetas, extraídas do sangue do próprio paciente a partir de centrifugação, no rosto.

Com a promessa de regenerar as células, esse tipo de intervenção é grande aposta no mercado de medicina regenerativa, mas as agências reguladoras do Brasil ainda não bateram o martelo sobre seu uso.

Transfusão de plasma - Kiryl Lis/AdobeStock

O PRP não é regulamentado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e é considerado experimental em qualquer área da medicina pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Segundo o órgão médico federal, o procedimento continua a ser monitorado e passa por reavaliação na Comissão de Novos Procedimentos.

Segundo Maria Roberta Martins, médica e integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, existem estudos que sustentam a eficácia do PRP na estética, e vários países fazem uso da tecnologia, mas pesquisas "de maior nível de evidência científica" ainda são necessárias.

Apesar do caráter experimental e da falta de regulamentação da Anvisa, não é difícil encontrar dermatologistas e clínicas de estética que vendem o PRP. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o PRP só pode ser usado dentro de protocolos de pesquisa no Brasil, de modo que pacientes não podem ser cobrados.

A Folha contatou alguns estabelecimentos que anunciavam o procedimento na internet, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os preços variam, mas ficam na casa dos milhares de reais. Uma das clínicas consultadas cobra cerca de R$ 2.400 por sessão. Outra, varia de R$ 2.500 a R$ 3.000, mas depende de uma avaliação prévia.

Martins afirma que os riscos do procedimento são como os de outras intervenções cirúrgicas —como infecções. O uso do sangue e das agulhas torna o PRP delicado.

Nos Estados Unidos, o armazenamento descuidado do material em uma clínica no Novo México acendeu alertas vermelhos. Cinco pessoas contraíram HIV depois que algumas mulheres fizeram o "vampire facial" no lugar.

O spa, que também aplicava botox, tinha uma série de problemas de segurança contra infecções, como o armazenamento de tubos de sangue sem rótulo em uma geladeira da cozinha, ao lado de alimentos, e seringas espalhadas pelo local. Alguns frascos de sangue apresentavam sinais de reutilização.

Questionada sobre o tema da PRP especificamente, a Sociedade Brasileira de Dermatologia encaminhou duas notas publicadas no site do órgão em outubro de 2023 e março de 2024 sobre a necessidade de tomar cuidado com procedimentos, inclusive invasivos, realizados por profissionais que não são médicos.

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