Máscara de LED para skincare funciona? Veja o que diz a ciência

Edição da newsletter Cuide-se explica os usos e benefícios da luz para a pele

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Esta é a edição da newsletter Cuide-se desta terça-feira (14). Quer recebê-la no seu email? Inscreva-se abaixo:

Será que existe mesmo benefício para a pele em usar máscaras que são vendidas por até R$ 3.500? Na edição de hoje, veja o que saber antes de investir na terapia com LED para melhorar a pele.

0
Mulher utiliza máscara de LED para skincare em uma clínica profissional - Евгений Вершинин/Adobe stock

Capacete milagroso?

Dia desses, enquanto assistia a um vídeo sobre tendências de beleza, a vlogueira apresentou os benefícios de uma máscara de LED para tratamento da pele.

O aparelho, com cara de fantasia do Daft Punk, me chamou a atenção primeiro pela bizarrice e, depois, por deixar uma grande interrogação: será que a luz LED pode mesmo trazer benefícios para a pele? Fui, então, buscar entender mais.

O que eu descobri me surpreendeu bastante –talvez não seja surpresa para alguém que acompanha as tendências em skincare, mas confesso que eu não imaginava. Parece que há, sim, vários usos para terapias com luz no tratamento dermatológico.

Mas… É preciso fazer uma distinção, como me explicou o dermatologista Thiago Cunha, que atende no espaço terapêutico Arquetipo:

três tipos de usos de luz para tratamentos dermatológicos.

1. Luz intensa pulsada: emissão de feixes de luz policromáticos (várias cores) em várias direções;

2. Luz laser: a aplicação com mais benefícios comprovados, para remoção de manchas, melasmas, vasos, cicatrizes por acne, rejuvenescimento, depilação, dentre outros;

3. Luz LED: cujo princípio é o uso das cores para diversas propriedades. Ela é também a de menor intensidade entre os três tipos de luzes usadas.

A luz LED é a principal utilizada nas máscaras de skincare (que são os chamados home devices —existe um tipo de tiara também para calvície), mas também pode ser aplicada em consultórios de dermatologia.

Afinal, para que servem as luzes de LED?

Cunha explica que a ação vai depender da cor utilizada, sendo as principais:

  • Vermelha, para rejuvenescimento por meio da regeneração do colágeno na pele;

  • Azul, cuja ação é bactericida (mata bactérias), utilizada para tratar acne;

  • Roxa, combinação da azul (bactericida) e vermelha (rejuvenescimento);

  • Amarela, para tratar vermelhidão e rosácea.

Tá, mas existe comprovação? "Eu diria que a evidência que existe é fraca, em termos estatísticos, porque os estudos têm poucos participantes, em torno de 50, 100", explica Cunha.

Porém… Apesar dos estudos serem pouco consistentes do ponto de vista científico, na prática dermatológica já se conhecem alguns resultados.

Segundo o dermatologista, o laser é muito mais estudado do que a luz LED para o cuidado da pele e tem vários usos já comprovados. "Eu diria que o que tem mais comprovação é também o uso da luz azul para tratamento de acne, porque a sua propriedade bactericida é bem conhecida também", disse.

Usar LED é seguro? Em geral, sim.

O perfil de segurança dos aparelhos é bem conhecido, segundo Cunha. Como a energia utilizada é baixa, não tem risco de queimadura no uso da máscara e, no consultório, o médico ajuda a controlar o tratamento.

Como usar?

A indicação é, se for incluir a máscara de LED ou tratamento no consultório na rotina, a frequência recomendada é de uma vez por mês. "Tem que ser algo que você consiga inserir na sua rotina, como complemento", afirma.

Cunha também reforçou que o tratamento de LED é complementar, isto é, ele não substitui o tratamento clínico com medicamentos.

  • Qualquer decisão sobre a inclusão de um tratamento ou não na sua rotina de skincare, principalmente se utilizar aparelhos luminosos, deve ser primeiro consultada com o seu (ou a sua) dermatologista.

Uma rotina de cuidado com a pele deve ser aquela que é mais indicada para os seus hábitos de vida, lembra o dermatologista. Uma dica, além de ter uma boa noite de sono e se hidratar bem, é investir em uma boa limpeza da pele, tanto de manhã quanto à noite, antes de dormir.

CIÊNCIA PARA VIVER MELHOR

Novidades e estudos sobre saúde e ciência

  • Noite mal dormida está associada a maior risco de alteração cardíaca. Pesquisadores da Universidade da Califórnia de São Francisco constataram que uma noite ruim de sono aumenta em 15% o risco de fibrilação atrial, um tipo de arritmia cardíaca. A continuidade de noites mal dormidas piorou ainda mais os episódios, provocando aumento do tempo de cada arritmia. A pesquisa foi publicada na revista JAAC: Clinical Electrophysiology.

  • Homens que tiveram sobrepeso na adolescência podem ter maior risco de desenvolver 17 tipos de câncer. A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade de Gotemburgo, na Alemanha, encontrou uma associação entre o sobrepeso e o aparecimento de câncer até 32% maior para, por exemplo, tumores do estômago, e 37% para esôfago. O artigo foi divulgado na revista Obesity na última semana.

  • Fator genético para predisposição de câncer de próstata é revelado. Cientistas da Virginia Commonwealth University (EUA) identificaram um gene que pode ajudar a explicar a cadeia molecular que leva ao aparecimento de câncer de próstata. O gene e o mecanismo por trás da doença estão em artigo publicado na revista PNAS na sexta-feira (6).

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.