Anfitriã da Copa, França tem apoio da torcida, mas sofre com pressão
Fato de jogar em casa e bom momento dos homens pressionam equipe feminina
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A seleção da França, que disputa com o Brasil neste domingo (23) uma vaga nas quartas de final da “sua” Copa do Mundo feminina, vive uma lua de mel com a torcida.
Estreou no torneio com uma goleada sobre a Coreia que encheu os olhos de um público recorde para o time, tanto no estádio Parc des Princes, em Paris (45 mil pessoas), quanto na TV (quase 10 milhões de espectadores).
Revistas e jornais locais dedicam amplo espaço (e até números especiais) a perfis das jogadoras e da técnica, Corinne Diacre, à profissionalização do esporte no país e ao debate sobre a disparidade entre as remunerações de homens e de mulheres que ganham a vida jogando bola.
Para se ter uma ideia do abismo, segundo o jornal L’Équipe, as 23 francesas convocadas ganham juntas, por ano, o que Neymar recebe por três semanas de serviços prestados ao PSG: cerca de 2 milhões de euros (R$ 8,6 milhões).
Apesar disso, o número de mulheres registradas como jogadoras, treinadoras ou árbitras se aproxima dos 200 mil –no Brasil, há pouco mais de 3.000 atletas registradas.
A supremacia do elenco feminino do Lyon na cena nacional e europeia certamente ajuda a alimentar esse fenômeno. O time triunfou no campeonato francês nas últimas 13 temporadas; da Champions League são 6 troféus, os 4 mais recentes consecutivos.
Com esse cartão de visitas, a equipe atrai também a nata das boleiras estrangeiras. É lá que joga, por exemplo, a norueguesa Ada Hegerberg, eleita a melhor do mundo em 2018.
A Federação Francesa de Futebol aposta no sucesso da seleção para impulsionar ainda mais a modalidade entre as mulheres, sobretudo em termos comerciais. Às vésperas do Mundial, o presidente da entidade foi taxativo, em entrevista ao Parisien: “Disse à Corinne e às meninas que temos de chegar à final [em 7 de julho]”.
O fato de jogar em casa e a boa fase da seleção masculina, campeã na Rússia em 2018, aumentam a pressão sobre o grupo capitaneado pela zagueira Wendie Renard, hexacampeã com o Lyon e matadora nas cabeceadas diante do gol adversário –tem 1,87 m de altura.
Apesar do status de esteio da equipe, ela não é infalível. Fez um gol contra na partida contra a Noruega que quase complica a classificação francesa e, na fraca apresentação da seleção diante da Nigéria, na última rodada, perdeu um pênalti.
Há quem diga que Mbock, parceira de zaga e de Lyon, é mais rápida e talentosa do que a preferida por mídia e torcida.
No ataque, a estrela é Eugénie Le Sommer, outro nome do Lyon, já segunda maior artilheira da história da seleção, aproximando-se dos 80 gols. As mais jovens Cascarino (que fez um dos gols da vitória francesa contra o Brasil, em novembro de 2018) e Diani também demandarão a atenção da defesa brasileira.
Apesar do favoritismo das anfitriãs, dado o histórico de duelos com o Brasil e a atual fase dos dois times, vale lembrar que a França nunca conquistou um título de competição internacional. Na última Copa, em 2015, chegou às quartas, um degrau acima das adversárias deste domingo.
O currículo das sul-americanas, apesar dos percalços recentes (nove derrotas consecutivas antes do Mundial), inclui 7 troféus da Copa América.
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