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Projeto de tornar Lyon potência europeia virou realidade no feminino

Empresário comprou o clube em 1987 mirando o sucesso internacional do masculino

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São Paulo

Em 1987, o empresário francês do ramo de informática Jean-Michel Aulas assumiu o comando do Olympique Lyonnais (FRA), o Lyon, com o objetivo de transformar o clube em uma grande força do futebol europeu. A ideia parou nas fronteiras da França.

Sob seu comando e baseado em um projeto meticuloso de garimpo no mercado de transferências, o clube conquistou seu primeiro título da liga francesa em 2002. Até 2008, só deu Lyon na Ligue 1, heptacampeão consecutivo.

Juninho Pernambucano participou do projeto que levou o Lyon ao heptacampeonato francês
Juninho Pernambucano participou do projeto que levou o Lyon ao heptacampeonato francês - Philippe Merle/AFP

O projeto europeu, porém, não foi tão bem-sucedido. A semifinal da Champions League da temporada 2009/2010 foi o ápice –única vez em que os franceses chegaram nessa fase. Mas Aulas achou outra forma de alcançar o sucesso além de suas fronteiras.

Havia uma equipe na cidade, o FC Lyon, que participava da liga semi-profissional feminina do país. Foi o "clique" que o empresário necessitava para investir em uma nova aposta de projeção europeia. Com as mulheres deu certo.

Incorporado ao clube em 2004, o time feminino faturou o primeiro título do Campeonato Francês na temporada 2006/2007. Já são 13 títulos em sequência na principal competição nacional do país.

A supremacia foi transferida também para o continente. Desde o primeiro vice-campeonato na Champions, em 2009/2010, foram cinco títulos no torneio (2010/2011, 2011/2012, 2015/2016, 2016/2017 2017/2018). A equipe detém o recorde na modalidade tanto de taças em sequência como no total de conquistas. Diante do Barcelona, neste sábado (18), às 13h, na final em Budapeste, as lionesas terão a chance de ampliar os dois recordes.

Jogadoras do Lyon celebram a conquista da Champions em 2018, na Ucrânia
Jogadoras do Lyon celebram a conquista da Champions em 2018, na Ucrânia - Gleb Garanich/Reuters

Para isso, contam com um forte elenco e a melhor jogadora do mundo, a norueguesa Ada Hegerberg, 23.
Contudo, apesar de as mulheres serem mais vencedoras que os homens no clube, ainda há uma distância grande entre os investimentos no masculino e no feminino.

Hegerberg, por exemplo, ganha 400 mil euros por ano (cerca de R$ 1,7 milhão), enquanto o atacante holandês Memphis Depay, uma das estrelas entre os homens, recebe aproximadamente 4 milhões anuais (R$ 17 milhões).

Se o Lyon ainda não equipara salários, por outro lado o clube foi um dos líderes no processo de profissionalização da liga francesa, em 2009. Até então, o campeonato era apenas semi-profissional.

Sonia Bompastor, ex-jogadora do time e da seleção francesa, é chefe do departamento da base feminina do Lyon, uma das principais da Europa. No clube, meninos e meninas utilizam as mesmas instalações, um complexo de treinamentos que já revelou, por exemplo, Karim Benzema.

Assim como tem acontecido no futebol espanhol, onde os clubes passam cada vez mais a mandar os jogos das mulheres nos estádios do time principal masculino, as atletas lionesas já disputaram algumas partidas no moderno Groupama Stadium, inaugurado em 2016, com público na casa dos 20 mil espectadores.

O estádio, que recebeu uma das semifinais da Eurocopa masculina de 2016, será o palco do principal evento do futebol feminino neste ano: a final da Copa do Mundo, no próximo dia 7 de julho.

Há 32 anos, Jean-Michel Aulas tinha um sonho e mirou no sucesso dos homens, mas foi com as mulheres que seu Lyon virou, de fato, internacional.

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