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Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro

Com VAR, acréscimos nos jogos do Brasileiro chegam a quase 9 minutos

CBF diz que prioridade é acertar as marcações, mas acredita que processo ficará mais ágil

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São Paulo

Assim que a rede do Corinthians foi balançada, no domingo (21), o assistente José Eduardo Calza assinalou impedimento de Gabriel, do Flamengo. Foi só após 5min15 de espera que o juiz Leandro Vuaden corrigiu a marcação inicial e validou o lance que definiu o empate por 1 a 1 no estádio de Itaquera.

A comemoração do gol, anotado aos 39 do 2º tempo, ocorreu aos 45. E o confronto ainda se estendeu até os 55, com dez minutos de acréscimo que não causaram espanto. No primeiro Brasileiro com a presença do VAR, têm sido comuns os jogos prolongados bem além do padrão antes considerado normal, como compensação pelo tempo gasto na análise das imagens.

O árbitro Raphael Claus checa o VAR durante partida entre Botafogo e Atlético-MG, realizada no estádio Nílton Santos - Mauro Pimentel-24.jul.19/AFP

Só na última rodada, três partidas foram ao menos até os 54 min da etapa final: Internacional e Grêmio (empate em 1 a 1), Atlético-MG e Fortaleza (2 a 2) e a já citada partida em Itaquera. 

Os três jogos ajudaram a deixar a média de duração das partidas consideravelmente superior à registrada no torneio do ano passado.

No Brasileiro atual, de acordo com levantamento da Folha, há 7min51 de acréscimo por jogo. Nos embates em que o VAR é usado e relatado na súmula (67 dos 109 realizados até a 11ª rodada), esse número salta para 8min39. Aumento de 27,9% em relação aos 6min46 de 2018.

Só no 1º tempo, que geralmente tem acréscimos menores, o crescimento foi 59 segundos (de 2min25 em 2018 para 3min24 em 2019). 

A etapa final ganhou 54 segundos (de 4min21 para 5min15). Entre os 218 tempos disputados nas 109 partidas realizadas até o último final de semana, só um não teve acréscimo: o 1º de Cruzeiro e Goiás, na 3ª rodada.

A CBF diz que "realiza treinamentos constantes para aprimorar a metodologia" e que "reduzir o tempo de checagem é um dos objetivos", mas não o maior. "A principal meta é levar mais justiça às partidas", algo que a entidade julga estar alcançando. 

Segundo números divulgados pela confederação, houve 40 erros capitais corrigidos até a 9ª rodada, com índice de acerto de 97,1% nos lances previstos no protocolo: gols, expulsões, erros de identificação e pênaltis.

"Estamos vivendo um momento único na história do futebol. O protocolo vai evoluir, gradualmente", afirmou o presidente da comissão de arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba. "É possível agilizar, e isso vai acontecer a partir do maior entrosamento da equipe de arbitragem do campo com os integrantes do VAR. A duração do processo é importante, e estamos buscando melhorias nesse sentido."

Enquanto elas não vêm, a demora causa constrangimentos. Até os beneficiados pela revisão de vídeo estranham a situação de comemorar um gol com atraso. O flamenguista Gabriel tentou celebrar efusivamente, deslizando com os joelhos no gramado mais de 5 min depois de balançar a rede contra o Corinthians, mas admitiu após o empate que a situação está longe da ideal.

"É muito ruim. Não é o que a gente quer, não é o que os brasileiros querem, não fica legal para o futebol", afirmou, sobre a longa espera para soltar o grito. "Mas pelo menos acertaram. É ruim quando se demora muito tempo, uma decisão um pouco conturbada é tomada e ninguém entende o que foi aquilo."

Vitor Bueno, do São Paulo, também precisou aguardar a correção de um impedimento mal marcado para vibrar com seu gol pelo São Paulo, na segunda (22), no triunfo por 4 a 0 sobre a Chapecoense. Ele lamentou a situação, à qual também vêm tendo que se adaptar os narradores da televisão.

Odinei Ribeiro, que fazia a locução da partida no canal Premiere, continuou gritando gol mesmo ao ver a bandeira levantada, um tanto indeciso. "O narrador grita o gol, mas o bandeira está anulando o gol do Vitor Bueno", disse, observando que Igor Vinícius não estava em posição de impedimento ao fazer o passe para Bueno.

"Eu acho que o narrador tinha que continuar a narração, hein? Vou ter que gritar de novo o gol, PC?", perguntou Ribeiro ao comentarista Paulo César de Oliveira. "Pode se preparar para gritar novamente, Odinei", respondeu o ex-juiz. Após checagem relativamente rápida, de 1min25, o gol foi gritado de novo, já sem hesitação.

Nesse caso, como tem ocorrido desde a pausa no Brasileiro para a disputa da Copa América, o lance foi repetido na transmissão enquanto era feita a revisão pelo VAR. Nas primeiras rodadas, a TV Globo vinha evitando exibir as repetições, o que causou irritação nos espectadores.

Agora, os torcedores que acompanham os jogos pela TV não precisam esperar o árbitro de vídeo para tirar suas próprias conclusões.

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