Em alta, técnicos estrangeiros desafiam histórico de trabalho curto
Média de permanência desses treinadores no século é de apenas 5 meses e meio
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O sucesso de Jorge Jesus e Jorge Sampaoli em 2019, campeão e vice do Brasileiro respectivamente, fez com que os clubes da elite nacional dobrassem a aposta em técnicos estrangeiros para esta temporada.
Pela primeira vez no século, quatro treinadores de outros países iniciam o ano à frente de equipes da Série A do Campeonato Brasileiro.
Além de Jorge Jesus, 65, que continua no comando do Flamengo, o Santos também escolheu um português para substituir o argentino Sampaoli, que deixou o time paulista. Jesualdo Ferreira, 73, já foi apresentado pelo clube da Vila Belmiro.
Quem também trouxe estrangeiros foram Internacional e Atlético-MG. Os gaúchos terão o argentino Eduardo Coudet, 45, ex-Racing (ARG), para o início de 2020. Já os mineiros contrataram o venezuelano Rafael Dudamel, 47, que estava na seleção da Venezuela.
A chegada de profissionais de fora desafia o histórico de trabalhos curtos no futebol brasileiro. Dos nomes que iniciaram a Série A em 2019 no comando, somente Sampaoli e Renato Gaúcho (no Grêmio) terminaram a competição. O Brasileiro deste ano começa somente no dia 3 de maio, e até lá pode haver trocas no comando.
Para estrangeiros, também vale a lei da curta duração. Em média, neste século os técnicos de outros países ficam apenas cinco meses e meio no cargo. O número sobe um pouco, para seis meses, quando considerados aqueles nomes que iniciaram a temporada no clube, casos agora de Jesualdo, Coudet e Dudamel.
"Eu tenho dez dias para treinar a equipe, entrar no primeiro jogo e ganhar. Onde está o tempo para treinar? Não tem. Essa é a realidade", afirmou Jesualdo Ferreira na última quarta (8), em sua apresentação no Santos, que estreia no Campeonato Paulista no próximo dia 23.
Desde 2001, Sampaoli foi o único estrangeiro que conseguiu trabalhar por uma temporada inteira com sua equipe. Apresentado em dezembro de 2018 pelo Santos, despediu-se dos alvinegros em dezembro do ano passado.
Depois dele, o técnico importado com mais tempo de trabalho foi o uruguaio Diego Aguirre, que comandou o São Paulo por nove meses, em 2018. O mesmo treinador, que já trabalhou em três clubes do país, também ficou por 8 meses no Internacional, em 2015, e por 5 meses no Atlético-MG, em 2016.
Jorge Jesus poderá superar a marca de Sampaoli. Para isso, porém, terá de renovar seu contrato com o Flamengo, que vai até maio. O português afirmou em entrevista recente ao canal CMTV, de Portugal, que recebeu duas propostas de clubes chineses durante o Mundial de Clubes, no Qatar, torneio em que o Flamengo ficou com o vice-campeonato diante do Liverpool.
"Não sei se vou continuar depois de maio. Até maio vou continuar, isso tenho certeza quase absoluta. Só se aparecer um Real Madrid e chegar ao Flamengo, ao presidente, e dizer que quer me comprar. Daí não podemos dizer nada, porque se eu quiser sair, eu posso sair. Tenho uma cláusula de rescisão e saio quando quiser", disse Jesus.
Jesualdo Ferreira tem a oportunidade de iniciar seu trabalho no Santos ainda na pré-temporada, como seu antecessor teve no ano passado. Algo importante para qualquer treinador, independentemente de sua nacionalidade.
No passado, dois grandes clubes de São Paulo apostaram em estrangeiros para o início do ano. Em dezembro de 2000, o Corinthians anunciou o uruguaio Dario Pereyra para que ele já pudesse assumir a equipe a partir do mês seguinte. A experiência durou somente até fevereiro.
O São Paulo, em 2016, contratou o argentino Edgardo Bauza, treinador bicampeão da Libertadores –LDU (EQU) e San Lorenzo (ARG). O "Patón", como era conhecido, começou seu trabalho na pré-temporada e comandou o time tricolor até agosto, quando aceitou convite da seleção argentina.
O clube que mais trouxe profissionais de fora para o início de temporada neste século foi o Athletico. Dos quatro técnicos estrangeiros que trabalharam no clube paranaense, três começaram o ano no cargo: o alemão Lothar Matthäus, em 2006, o uruguaio Juan Ramón Carrasco, em 2012, e o espanhol Miguel Ángel Portugal, em 2014. Nenhum dos trabalhos passou de junho.
A onda não atingiu somente a Série A do Campeonato Brasileiro. Rebaixado em 2019, o Avaí, que disputará a segunda divisão nacional de 2020, inicia o ano com o português Augusto Inácio, 64.
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