Mesmo nas minhas medalhas, não senti emoção tão forte, diz Pérec sobre acender a pira olímpica
Ex-atleta se esquivou, porém, de comentar sobre a novidade da pira de Paris, que não tem fogo de verdade
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Só de falar sobre a honra de acender a pira olímpica na cerimônia de abertura, juntamente com o judoca Teddy Riner, a ex-velocista francesa Marie-José Pérec fica trêmula e quase chora. Pérec, 56, falou à Folha sobre a emoção que sentiu, maior que a das três medalhas de ouro olímpicas que conquistou em sua carreira (400 metros rasos em Barcelona-1992 e Atlanta-1996 e 200 metros rasos em Atlanta).
Ela só não quis comentar o original sistema da pira olímpica, que substituiu a tradicional chama por um efeito visual obtido com vapor d'água e lâmpadas de LED.
O assunto é tratado com visível cautela pelo comitê organizador, supostamente pelo temor de críticas à ideia. A conversa aconteceu enquanto a estrela olímpica acompanhava as provas de esgrima no Grand Palais.
Qual foi a emoção ao acender a pira olímpica?
Foi in-co-men-su-rá-vel de tão grande que foi. Com Teddy, a emoção foi tão forte que uma hora eu disse a ele, com a maior naturalidade: "Me dá sua mão, me dá sua mão". E aí sentimos algo muito, muito forte. Ontem eu estava falando: mesmo nas minhas medalhas, mesmo nas minhas vitórias, não senti isso, porque não é uma equipe, é diferente. Ser recompensado sem ter feito um esforço para isso, significa realmente algo. Foi fabuloso, fabuloso.
O presidente do comitê organizador, Tony Estanguet, disse que ligou para a senhora no final da manhã da cerimônia de abertura, para dar a notícia.
Assim que eu vi o nome dele no meu telefone, eu comecei a chorar. Comecei a chorar. E ele me falou. [Quase chorando] Só de ver o nome dele no telefone, isso já me fez sentir toda essa emoção. Eu não conseguia nem falar.
O sistema da pira é bastante original. Ele explicou à senhora que não havia perigo em acendê-la, porque não é uma chama, e sim luz?
Mas eu não posso falar sobre isso [risos]!
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