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Equipe feminina de vôlei, que disputa o bronze, aposta no pilates para trabalhar corpo e mente

Lista de atletas que usam o método também inclui Novak Djokovic e Gabriel Medina

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São Paulo

Quando se pensa em pilates, é comum imaginar que é uma modalidade de baixa intensidade, para idosos, pessoas com dores e em reabilitação. No entanto, atletas mostram cada vez mais que o método é importante na rotina de treinos, como a equipe feminina de vôlei do Brasil, que montou um estúdio nas Olimpíadas de Paris.

A jogadora de vôlei Thaísa Daher fazendo exercício de pilates no reformer-torre. Um mini estúdio foi montado em Paris, durante as Olimpíadas - Arquivo/Metalife

O preparador físico do time, José Elias Proença, tem publicado vídeos nas redes sociais das jogadoras utilizando aparelhos de pilates durante o treino —eles ganharam tanto destaque quanto aqueles para musculação. O estúdio foi viabilizado por meio do patrocínio de uma empresa, que montou e enviou a estrutura para a capital francesa.

Nos vídeos, as jogadoras fazem exercícios no aparelho reformer torre —semelhante a uma cama, que trabalha o corpo inteiro—, na chair (cadeira em inglês), —que pode ser utilizada para exercitar membros inferiores, tornozelo, joelho, coxas, além de abdome— e aparelhos como bolas e círculos.

"O que o nosso preparador do vôlei trouxe de novidade, que é o que está em alta nessas Olimpíadas, é usar o pilates para fazer o trabalho de conexão entre corpo e mente", diz Ge Gurak, profissional de educação física e instrutora desde 1998. Ela também forma profissionais do método na TcPilates, em São Paulo.

Segundo ela, Proença tem um trabalho voltado para a educação somática. "É essa conexão da pessoa respirar, se concentrar e fazer os movimentos", explica Gurak. "Isso trouxe muitos benefícios, especialmente para a seleção do vôlei. Algumas [jogadoras] estavam voltando de uma temporada puxada na Europa, algumas vindo com lesões."

Muitas pessoas procuram a prática pela primeira vez por indicação médica. De fato, o método criado pelo alemão Joseph Pilates na década de 1920 é bom para reabilitação —inclusive, a maioria dos instrutores no Brasil vêm da fisioterapia, como afirma Gurak. Mas Pilates utilizava seu método para condicionamento físico.

Para professores, os vídeos publicados pela seleção feminina de vôlei ajudam a desmistificar a visão que se tem sobre os exercícios. "O pilates é bom para todo mundo, não importa se tem lesão ou não, além de ajudar muito na performance", diz Kétria Fronza, que trabalha com a prática há 14 anos e é dona do estúdio Ollin em Joinville (SC).

Ela já deu aula para atleta de mountain bike e maratonista. Com o primeiro, Fronza treinou o fortalecimento da parte inferior do corpo e o condicionamento físico na posição sentada. Com a maratonista, a professora focou em fazer com que a aluna tivesse mais rendimento na prova, que tinha trajetos de subida em que era necessário manter o corpo inclinado.

O pilates não é novidade na vida de competidores de alto rendimento. Além do vôlei de quadra, o time de vôlei de praia brasileiro também o utiliza. Assim como o surfista Gabriel Medina, que usa muito o core para manter o equilíbrio na prancha.

A lenda do tênis Novak Djokovic, que levou o ouro no Jogos de Paris-2024, também utiliza o método, que o ajuda a ter flexibilidade na quadra. "No aparelho, o atleta vai trabalhar mobilidade, força...Além de fazer um trabalho de recuperação após os jogos. Pode ser um momento onde o atleta está treinando o corpo e a mente dele", diz Gurak.

Na lista de adeptos, também estão os jogadores do New York Giants da NFL, liga de futebol americano. No atletismo, competidores também fazem pilates como parte do alongamento e também para se concentrarem na respiração, como a velocista e campeã olímpica Natasha Hastings.

Além da respiração, a prática trabalha força e controle —tudo o que um atleta precisa. "O pilates tem movimentos limpos, bonitos e essa beleza, na verdade, vem do equilíbrio, da força e do controle. Essas atividades são importantes para os princípios do método", afirma Gurak.

A visibilidade para o pilates também inspira mais pessoas a quererem praticar. Kétria diz que sempre mostra para os seus alunos que os atletas estão fazendo os mesmos movimentos que eles. Para Gurak, fica visível um outro lado. "Quando a gente vê um atleta daquele porte, tipo uma jogadora de vôlei, tão potente, usando como estratégia de condicionamento, abre a mente para as pessoas verem que pode ser um caminho."

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