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Pesquisa mostra engajamento de empresas com direitos humanos

Avaliação do Pacto Global da ONU no Brasil aponta que só 49% das organizações identificam sistematicamente riscos na cadeia de fornecedores

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São Paulo

O Pacto Global da ONU no Brasil lançou os resultados de uma pesquisa que mede indicadores de governança e temas críticos como trabalho decente, igualdade e inclusão entre empresas. O anúncio foi feito no final de novembro em Genebra, na Suíça, durante o 11º Fórum de Direitos Humanos e Empresas da ONU.

Entre eles, o dado de que quase 90% das 107 participantes da pesquisa —das quais 87% são de matriz brasileira— adotaram compromissos públicos de respeitar os direitos humanos internacionalmente reconhecidos, mas somente 26% têm políticas específicas para isso.

Pacto Global da ONU no Brasil anuncia em Genebra resultados de pesquisa sobre direitos humanos com empresas - Divulgação

Outro resultado foi que, apesar de 80% das organizações definirem padrões de respeito aos direitos humanos para sua cadeia de suprimentos, apenas 49% possuem abordagens sistemáticas para identificar áreas e fornecedores com maior potencial de risco de desrespeito a esses direitos.

"Trabalhar com direitos humanos no setor privado, de forma propositiva, ainda que crítica, requer criatividade e resiliência", afirma Tayná Leite, gerente sênior de Direitos Humanos e Gênero do Pacto Global da ONU no Brasil.

A Trilha de Direitos Humanos, por meio da ferramenta Termômetro de Direitos Humanos, desenvolvida em parceria com a consultoria Proactiva, possibilita um autodiagnóstico das empresas. No questionário aplicado entre maio e julho deste ano, foram avaliados tópicos como saúde e segurança ocupacional, saúde mental, impactos na comunidade, meio ambiente e clima.

As empresas analisadas são de 12 setores, entre eles serviços, agronegócio e florestal, indústria, infraestrutura, tecnologia, transportes, energia, alimentos e bebidas.

Os três temas em que as empresas estão mais avançadas na gestão de riscos e impactos são meio ambiente (92%), saúde e segurança ocupacional (78%) e trabalho forçado e análogo à escravidão (75%).

Por outro lado, as agendas que geram mais desafios na adoção de medidas são salário digno (20%), clima (27%) e impactos adversos a comunidades locais, povos indígenas e comunidades tradicionais (41%).

Em igualdade, diversidade e inclusão, as empresas adotam mais medidas em relação às mulheres (62%).

"O diagnóstico mostra que ainda precisamos avançar", diz Camila Valverde, COO do Pacto Global da ONU no Brasil, em evento em Genebra. "Vemos que 90% dessas empresas já possuem compromissos públicos e agora precisamos trabalhar juntos para atingi-los, sem deixar ninguém para trás."

Para 2023, a Trilha de Direitos Humanos contará com apoio da Petrobras. A edição terá sensibilizações, oficinas e capacitação aos fornecedores participantes para que a mobilização ganhe escala dentro da agenda de direitos humanos, o "S" do ESG.

De acordo com Rafael Benke, CEO e fundador da Proactiva, a apresentação em Genebra foi fundamental para obter o reconhecimento de que a ferramenta proposta é inovadora e útil para evolução do tema de maneira global.

"A iniciativa é um marco, pois é a primeira vez que temos dados e informações práticas em escala, que permitem visualizar as áreas de desafio e de oportunidade das empresas participantes", diz Benke.

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