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História das Olimpíadas envolve guerras, mitologia e feitos históricos

Evento surgiu para celebrar o espírito esportivo e a trégua entre os países, mas teve trajetória cheia de tumultos

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São Paulo

Sinônimo de confraternização, troca cultural e de competição baseada no espírito esportivo, as Olimpíadas começam oficialmente nesta sexta-feira, dia que em que haverá a aguardada cerimônia de abertura. Os jogos deste ano, em Paris, marcam a 33ª edição da era moderna do evento.

Foi em 1896 que os Jogos passaram a ser disputados num formato similar ao que conhecemos hoje, a partir de uma ideia do barão Pierre de Coubertin, um historiador francês apaixonado por esportes. Ele foi o fundador do COI, o Comitê Olímpico Internacional, que organiza as disputas.

As Olimpíadas apareceram na Grécia Antiga e contam com séculos de tradição - adobe stock

Naquela época, não muito diferente de hoje, o mundo passava por uma série de guerras e conflitos políticos, e Coubertin pensou que um grande evento esportivo seria uma forma de unir diferentes nações em um só lugar para que competissem de forma amigável e pacífica.

Mas as Olimpíadas aparecem na história muito antes daquilo. Os primeiros registros históricos datam do ano de 776 antes de Cristo, isto é, aproximadamente 2.800 anos atrás, na Grécia Antiga. Já naquele período, os Jogos eram uma forma de forma de promover trégua e paz entre as cidades-estado gregas, que viviam em guerra devido às suas diferenças. Veio daí a inspiração para os jogos como os conhecemos hoje.

O fato é que, no tempo dos gregos antigos, as disputas eram uma forma de homenagear Zeus, o deus mais importante da mitologia daquele povo, por meio da demonstração de habilidades humanas e oferendas. É por isso que elas eram realizadas em Olímpia, que era conhecida por ser um local sagrado e por abrigar um templo dedicado a Zeus.

A competição, assim como nos dias atuais, acontecia de quatro em quatro anos e reunia milhares de pessoas que iam para assistir aos atletas em campo e para participar das comemorações. Em seu auge, o evento durava cinco dias, contando com rituais religiosos, oferendas e juramentos de compromisso com as regras, além, é claro, de contar com disputa dos torneios.

A quantidade de modalidades esportivas era muito menor do que vemos hoje e se resumia a corrida pedestre e equestre, lutas, salto em distância, pentatlo, lançamento de disco e dardo.

Depois disso, quando os romanos ocuparam o território que hoje conhecemos como a Grécia, as Olimpíadas acabaram sendo proibidas e ressurgiriam só séculos depois.

É quando o barão de Coubertin entra na história. Admirador dos Jogos, ele foi o responsável por colocar no papel os ideais olímpicos como um estilo de vida associado ao esporte. Começa, então, a era moderna das Olimpíadas.

Em 1896, as competições são disputadas em Atenas, capital do país que, no passado, foi sede das antigas disputas. Na edição seguinte, Paris foi a sede —a capital francesa voltaria a receber disputas em 1924 e, pela terceira vez, agora, em 2024.

Já falamos que os Jogos eram um momento de trégua, certo? Pois bem, em 1916 estourou a Primeira Guerra Mundial, que envolveu muitos países do planeta. Por isso, as Olimpíadas foram canceladas e só voltariam a acontecer em 1920, quando o conflito já havia terminado.

Houve ainda uma segunda interrupção. Adivinhe o motivo. Pois é, por causa da Segunda Guerra Mundial, não houve evento nos anos de 1940 e de 1944.

Mesmo quando os países não estavam de fato guerreando, os desentendimentos entre eles vinham à tona durante os Jogos.

A edição de 1972, em Munique, ficou famosa por causa de um atentado terrorista que vitimou 11 atletas de Israel. Já Estados Unidos e a então União Soviética, que viviam às turras no século passado, sempre se boicotavam: o primeiro não participou da edição de 1980, em Moscou; e a segunda rebateu, impedindo que seus atletas fossem a Los Angeles, em 1984.

O ursinho Misha, mascote das Olimpíadas de Moscou, na cerimônia de abertura dos Jogos, em 1980. - France Presse- AFP

Em 2020, a pandemia da Covid forçou o Japão a adiar em um ano as Olimpíadas de Tóquio.

E o Brasil? O país começou a participar dos jogos em 1920, enviando atletas para competir. Em 2016, se tornou a primeira nação sul-americana a sediar os Jogos, no Rio de Janeiro. Naquela edição, registramos um verdadeiro salto no nosso desempenho e levamos 21 medalhas, sete delas de ouro. O recorde foi igualado em Tóquio.

Paris, como já falamos, sediará as competições pela terceira vez. A França, que é o país mais visitado do mundo, tem uma grande tradição em receber grandes eventos esportivos, como o torneio de tênis Roland Garros.

Há muita expectativa em torno dessa edição. Será a primeira vez que a abertura ocorrerá fora de um estádio, mas num desfile pelo rio Sena, que corta a capital francesa. As transmissões, aliás, vão exibir muitos dos ícones da cidade, incluindo a famosíssima Torre Eiffel, cartão-postal local.

Colaborou José Henrique Mariante

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