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Cinema

Rosto e corpo de Kristen Stewart incendeiam a tela em 'Seberg Contra Todos'

Atriz é o grande atrativo do filme, cujo roteiro, no entanto, é repleto de inconsistências

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Neusa Barbosa

Seberg Contra Todos

Avaliação: Regular
  • Quando: Estreia nesta quinta (5)
  • Elenco: Kristen Stewart, Yvan Attal, Anthony Mackey, Jack O’Connell
  • Produção: Reino Unido, EUA, 2019
  • Direção: Benedict Andrews

Literal e metaforicamente, a estreia no cinema da atriz americana Jean Seberg, em “Santa Joana” (1957), biografia de Joana D’Arc assinada por Otto Preminger, foi seu batismo de fogo. Ela sobreviveu às filmagens sob o comando do diretor genial e tirânico, levando para sempre na alma e no corpo as cicatrizes, inclusive de um acidente na cena da fogueira que mata sua personagem, do qual ela saiu realmente queimada. 

Esta vocação para a sobrevivência, sustentada por uma combinação peculiar de rebeldia e engajamento político, impregna a cinebiografia “Seberg Contra Todos”, do diretor australiano Benedict Andrews, que apresenta sua protagonista a partir da reencenação do acidente no set de “Santa Joana”.

Como acontecia em “Sete Dias com Marilyn” (2011), de Simon Curtis, em que a miúda Michelle Williams compensava com brio a tênue semelhança física com a personagem de Marilyn Monroe, aqui Kristen Stewart supera a mesma dissonância física com sua apaixonada entrega para encarnar Seberg —este o grande atrativo de um filme cujo roteiro, assinado por Joe Shrapnel e Anna Waterhouse, acumula inconsistências.

Transformada em estrela internacional depois de sua célebre participação em “Acossado” (1960), de Jean-Luc Godard, Jean vivia entre os EUA e a França, entre casamentos e amores tumultuados. Em 1968, parecia não se abalar com as revoltas que paralisavam as ruas de Paris.

No mesmo ano, de volta aos EUA, conheceu no avião Hakim Jamal (Anthony Mackey), ativista dos Panteras Negras. Um encontro que a levará a tornar-se não só uma apoiadora financeira do grupo militante da causa negra como amante de Jamal —este, um detalhe muitas vezes contestado nas biografias da atriz.

Transformada em alvo preferencial da espionagem do FBI, que naquele momento exercia um cerco implacável contra aqueles que seu diretor, J. Edgar Hoover, considerava “inimigos da América”, Jean tem seus passos acompanhados pelo agente Jack Solomon (Jack O’Connell) —este um personagem ficcional, tornado importante demais na trama.

A ideia central é criar um paralelismo entre Seberg, vítima de todo tipo de difamação e perseguição pelo FBI, e Jack, que não se sente confortável, mas prossegue na missão de aniquilamento social de sua vítima.

Acontece que a figura de Jack certamente não tem o mesmo interesse que Jean Seberg, uma artista sensível, corajosa e engajada. Toda vez que Kristen Stewart está em cena, mesmo sem dizer nada, seu rosto e seu corpo incendeiam a tela, transmitindo o perfume trágico de sua protagonista. Lutando contra inimigos escondidos nas sombras, ela desenvolve uma paranoia que a fragiliza a ponto de levá-la a uma morte precoce, aos 40 anos, em 1979, um provável suicídio —uma tese que o filme põe em dúvida. 

 

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