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Descrição de chapéu Artes Cênicas

Jô Soares trabalhou até os últimos dias de sua vida, quando já tratava da saúde

Ele dirigia peça que marcaria sua despedida do teatro, mandando orientações ao elenco mesmo de fora do teatro

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São Paulo

Soares, morto aos 84 anos, na manhã desta sexta-feira, ensaiava a peça que seria sua despedida do teatro para se dedicar exclusivamente aos livros. Ele também preparava seu quinto romance policial, ao estilo da série "Only Murders in the Building".

A peça "Gaslight - Uma Relação Tóxica", que tinha estreia marcada para 9 de setembro no teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, conta com Erica Montanheiro e Giovani Tozi no papel de um casal em que o marido põe a sanidade mental da mulher em xeque ao diminuir as luzes da casa e a fazer pensar que não houve nenhuma alteração.

"Nós assistimos a muitos filmes juntos. O Jô tinha uma sala de cinema na casa dele e gostava muito de filmes de terror, de thriller. Um dia vimos ‘Gaslight’ com a Ingrid Bergman, e o projeto nasceu ali", relata Tozi, que comprou os direitos da obra e esperou quatro anos para produzir sua montagem.

Última fotografia de Jô Soares nos ensaios da peça 'Gaslight - Uma Relação Tóxica' - Acervo Giovani Tozi

"Ficamos de montar, mas não conseguimos por causa da pandemia. Iniciamos o processo de ensaios neste ano, mas a concepção estava pronta. Como o projeto nasceu muito lá atrás, o Jô sabia o que queria e já tinha dado todas as diretrizes", relata.

Com quatro espetáculos dirigidos pelo comediante no currículo, Erica Montanheiro se lembra que, mesmo tratando de sua saúde, Jô se mantinha muito presente nos ensaios. "Nós não paramos de ensaiar. O Maurício Guilherme, que é assistente de direção há muitos anos, estava conosco, e o Jô se manteve inteiro, sempre sabendo de tudo, definindo coisas. Toda a concepção ele criou e continuou acompanhando."

Montanheiro conta que os processos de produção sempre foram leves com a presença do diretor. "Tínhamos uma conexão muito forte, porque tudo o que ele me pedia eu visualizava muito rápido, e ele me deixava à vontade de fazer do meu jeito, me entendia. Tinha uma troca muito profunda, nunca teve impasse, sempre foi tudo muito suave, de uma delicadeza extrema. E foi o diretor com quem eu mais trabalhei, foram quatro peças."

A produção segue confirmada para chegar ao palco do Procópio Ferreira. "Eu fico muito triste, mas, ao mesmo tempo, muito contente porque vamos conseguir realizar esse projeto que tínhamos juntos", finaliza Tozi.

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