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Livro 'O Avesso da Pele' é retirado de escolas em Goiás após ser recolhido no Paraná

OUTRO LADO: Secretaria de Educação do estado diz que recolheu livro para avaliar conteúdo da obra de Jeferson Tenório

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São Paulo

O governo de Goiás está recolhendo das escolas o livro "O Avesso da Pele", do escritor Jeferson Tenório. De acordo com a Secretaria da Educação, a obra foi retirada para a pasta avaliar se ela atende à proposta pedagógica da rede pública de ensino.

"A Secretaria de Educação de Goiás fará a leitura e análise com vistas a definir se o livro poderá ou não ser distribuído. O objetivo é assegurar que a obra literária que chegue à escola possa efetivamente contribuir com o desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes com base no currículo estadual", diz o órgão em nota.

Capa do livro 'O Avesso da Pele', livro vencedor do Prêmio Jabuti 2021 - Divulgação

É uma decisão semelhante àquela adotada pelo governo do Paraná, anunciada na última quarta-feira, por determinação da Secretaria Estadual de Educação.

Segundo a pasta, "a medida busca apoiar os professores no trabalho pedagógico aliado ao currículo e aos objetivos de aprendizagem em cada uma das etapas de ensino a partir do conteúdo exposto nas obras".

A secretaria informa ainda que "a temática abordada na referida obra literária é verdadeiramente importante no contexto educacional. A análise do livro, porém, mostrou-se necessária pelo fato de que, em determinados trechos, algumas expressões, jargões e descrição de cenas de sexo utilizados podem ser considerados inadequados para exposição a menores de 18 anos".

Vencedor do Prêmio Jabuti de 2021 de romance literário, o livro foi alvo de polêmica em uma escola de Santa Cruz do Sul, cidade no estado do Rio Grande do Sul.

Janaina Venzon, diretora da Escola Ernesto Alves, pediu pela censura do livro, que trata de questões raciais. Em vídeo postado em seu perfil do Instagram, Venzon classifica a obra como inadequada aos estudantes do ensino médio.

O vereador Rodrigo Rabuske (PRD), de Santa Cruz do Sul, também divulgou um vídeo em suas redes sociais na sexta (1º) em que repudia a obra.

"Lamentável o Governo Federal através do MEC adquirir esta obra literária e enviar para as escolas com vocabulários de tão baixo nível para serem trabalhados com estudantes do ensino médio. Solicito ao Ministério da Educação buscar os 200 exemplares enviados para a escola. Prezamos pela educação dos nossos estudantes e não pela vulgaridade, escreveu ela. Com a repercussão, as vendas da obra aumentaram em 400% na Amazon.

O livro havia sido selecionado via Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), programa que, junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), compra e distribui livros e materiais didáticos para professores e estudantes de escolas públicas de todo o país. A adesão ao programa, contudo, é opção das escolas.

Tenório se manifestou sobre o caso em suas redes sociais. "As distorções e fake news são estratégias de uma extrema direita que promove a desinformação. O mais curioso é que as palavras de 'baixo calão' e os oatos sexuais do livro causam mais incômodo do que o racismo, a violência policial e a morte de pessoas negras", escreveu.

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