O gigante acordou. Léo Santana reuniu um público tamanho GG em sua apresentação na Virada Cultural, no início da noite do último sábado. Milhares de pessoas transformaram o vale do Anhagabaú, onde fica o principal palco do evento, numa micareta, como aquelas do Carnaval baiano.

Santana atrasou mais de uma hora para subir ao palco. O cantor pediu desculpas, mas disse que não tinha culpa e que havia chegado ao local com mais de uma hora de antecedência. Segundo ele, a estrutura apresentava problemas de iluminação, uma falha que a Prefeitura de São Paulo reconheceu em nota enviada à imprensa, embora nenhum aviso oficial tenha sido dado ao público presente no local.

Nada que tenha desanimado a plateia, que embarcou nas brincadeiras do artista, referência no pagodão baiano. Durante o show, o artista interpretou a sua nova música, "Posso Beijar a Sua Boca?", uma parceria com Anitta, lançada poucas horas antes.

O público, que já sabia cantar a letra toda, seguia as orientações de Santana, que pedia, como um personal trainer, para as pessoas levantarem os braços, descerem até o chão e rebolarem sem parar.

Na apresentação, Santana também cantou sucessos como "Posturado e Calmo", "Contatinho", "Dona da Porra Toda" e "Porra, Amor", além do sucesso no TikTok "Vem Sentando Gostosinho pro Pai". Ainda houve tempo para uma homenagem a Marília Mendonça. Uma foto da cantora estampou o telão enquanto ele cantava "Apaixonadinha".

Atrasos

O show da banda Àttooxxá com Karol Conká, que aconteceu no palco ao lado, o São João, também atrasou em cerca de uma hora. A apresentação não começou enquanto a de Santana ainda não havia terminado, o que levou o público a já prever um atraso consecutivo para todos os shows do centro —Joelma, Julian Marley e Pabllo Vittar no palco Anhangabaú, além de Ajulia Costa e Kannario com Baile da DZ7 no São João.

Os atrasos se espalharam por todos os palcos, em todas as regiões, desde os 11 minutos de Roberta Miranda na Capela do Socorro, até os mais expressivos, de 20 a 30 minutos, como aconteceu com MC IG e Xamã na Parada Inglesa e Lia de Itamaracá no Butantã.

Segurança

O centro, como as outras 12 arenas espalhadas por todas as regiões da cidade, não registrou intercorrências graves até o início da noite no que diz respeito à segurança. A reportagem assistiu a uma abordagem policial em que uma mulher e um homem foram detidos por porte de maconha e cocaína no Anhangabaú, mas não houve confusão.

Na entrada para a região dos palcos, o público passava por uma revista. As informações, no entanto, ficaram desencontradas entre os diferentes pontos da cidade.

Inicialmente, havia sido divulgado pela Prefeitura de São Paulo que seria proibida a entrada com bebidas alcoólicas, o que gerou a insatisfação do público da arena de Brasilândia, por exemplo. Já na Capela do Socorro, os funcionários não souberam informar o que estava proibido.

Alimentação

Levar as bebidas, afinal, é uma alternativa ao bar oficial da Virada Cultural, com preços similares aos praticados em festas e festivais privados. A água está sendo vendida por R$ 5, o refrigerante sai por R$ 8, o copo de energético por R$ 14 e as cervejas de 350 mililitros variam de R$ 10 a R$ 14. Para comer, são vendidos pedaços de pizza de frango com catupiry ou hambúrguer por R$ 20. Há ainda coxinhas no cone por R$ 18, cachorro-quente por R$ 16, pastel por R$ 14 e pipoca por R$ 10.

Problemas técnicos e cancelamento

Outros destaques da abertura da Virada Cultural foram Vulgo FK e Major RD em Itaquera, Edi Rock e Marvvilla na Brasilândia, Elba Ramalho no Campo Limpo, Roberta Miranda e A Dama na Capelo do Socorro, Lenine e Lia de Itamaracá com Natascha Falcão no Butantã e Xanddy e Maneva em Heliópolis.

Como o show de Léo Santana, a apresentação de Lenine teve problemas técnicos. As luzes do palco Butantã pararam de funcionar, e o cantor disse que teria de "encher linguiça". Ele cantou com os holofotes apagados por alguns minutos até a iluminação voltar.

Mas o problema mais grave aconteceu com MC Lipi, que não deu as caras. Seu show, marcado para cinco da tarde no Campo Limpo, foi cancelado sem justificativa ao público. O cancelamento não foi comunicado nas redes sociais do cantor nem do evento.

O artista mostrou no seu Instagram que estava a caminho do Rio de Janeiro, mas não disse nada sobre a Virada Cultural. A Prefeitura de São Paulo afirmou, em nota enviada à imprensa, que o show foi cancelado pelo próprio artista, sem explicar o motivo.

Colaboraram Guilherme Luis, Amanda Cavalcanti, Anne Meire, Arthur Guimarães, Bruno Xavier, Felipe Bramucci, Ítalo Leite e Laura Intrieri