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Crimes revelam muito sobre história, disse Boris Fausto, que morreu aos 92, a podcast

Historiador comentou em entrevista de 2019 livro sobre crimes que abalaram São Paulo

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São Paulo

Um dos principais historiadores do Brasil, Boris Fausto morreu nesta terça-feira (18), aos 92 anos.

Em abril de 2019, ele deu entrevista ao podcast Ilustríssima Conversa sobre o livro que lançava na ocasião, "O Crime da Galeria de Cristal" (Companhia das Letras), no qual reconstituiu três assassinatos que tiveram grande repercussão na São Paulo do início do século 20.

No caso que dá título ao livro, um jovem advogado foi morto a tiros numa emboscada no centro de São Paulo, numa terça-feira de Carnaval em 1909. O crime foi executado por uma ex-amante que buscava vingança após ser abandonada.

A partir de pesquisas em jornais e documentos da época, o historiador não só resgatou detalhes escabrosos dos casos como também deixou ver uma cidade que se modernizava e era palco de intensos debates sobre feminismo, imigração, imprensa e Justiça.

Nascido em São Paulo em 1930, Boris Fausto se consagrou com seu primeiro livro e mais importante livro, "A Revolução de 1930" (1970), que influenciou a sua geração de historiadores e as seguintes.

Fausto, contudo, também se dedicou com iguais afinco e resultados satisfatórios a temas históricos menos abrangentes, mais ligados ao cotidiano, usando os métodos do que se chama de micro-história.

Além do "O Crime da Galeria de Cristal", é exemplo desta vertente "O Crime do Restaurante Chinês - Carnaval, Futebol e Justiça na São Paulo dos anos 30" (2009), outro trabalho que parte de relatos policiais para fazer um retrato arguto da capital paulista.

Nesta chave em que reduziu seu objeto de observação, o historiador também se destacou por obras memorialísticas, como "O Brilho do Bronze" (2014), um diário escrito ao longo dos meses seguintes à morte de Cynira Stocco, com quem ele havia sido casado por quase cinco décadas, "Negócios e Ócios: Histórias da Imigração" (1997) e "Vida, Morte e Outros Detalhes" (2021), seu último livro, em que trata da vida familiar, da comunidade judaica e do cotidiano paulistano.

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