Alarme do clima já tocou e Titanic está afundando, diz fotógrafo

Edward Burtynsky, cronista da transformação do planeta, alerta que mudança climática deve ser vista como ameaça existencial

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'Nickel Tailings #34', Sudburry, Ontário, Canadá (1996)

'Nickel Tailings #34', Sudburry, Ontário, Canadá (1996), de Edward Burtynsky EB Photography/Divulgação

Leão Serva

Doutor em comunicação e semiótica pela PUC-SP e diretor internacional de Jornalismo da TV Cultura, em Londres

[RESUMO] Edward Burtynsky, um dos mais importantes fotógrafos da atualidade, afirma em entrevista à Folha que o debate sobre o meio ambiente precisa passar do âmbito da política para o domínio da sobrevivência em razão do aquecimento acelerado da Terra. "Extração/Abstração", exposição na galeria Saatchi, em Londres, apresenta uma retrospectiva da carreira do fotógrafo canadense, que retratou em obras de grande formato as alterações brutais da natureza pela sociedade.

O canadense Edward Burtynsky é um dos mais importantes fotógrafos em ação no mundo —e quem diz isso são seus companheiros de "dream team" da fotografia internacional. Em mais de 40 anos como profissional, ele se tornou um cronista da transformação do planeta.

Suas fotos de grande formato, feitas com câmeras de tecnologia de ponta, produzem um paradoxo angustiante: são esplêndidas, notáveis e hipnotizantes, como define o jornal The New York Times, "refinados retratos do bruto" (The Washington Post), "retrato de um lindo mundo em perigo" (The Guardian), "simultaneamente alarmantes e sublimes" (The Times, de Londres).

Edward Burtynsky em 2017
Edward Burtynsky em 2017 - TJ Watt/EB Photography/Divulgação

A importância da sua obra pode ser medida tanto pelo valor, dos mais elevados do mercado de arte, quanto pelos prêmios que recebeu, como a inclusão no Hall da Fama da Fotografia Internacional (St. Louis, EUA) entre 70 nomes do cânone da arte —Roger Fenton, Graciela Iturbide, Cartier Bresson, Edward Curtis, James Nachtwey e Sebastião Salgado são alguns deles. Em 2022, Burtynsky ganhou o Prêmio Sony Internacional pela Contribuição à Fotografia, que agraciou o brasileiro Salgado neste ano.

Seu trabalho, que recentemente passou a incluir documentários, é reconhecido como arte e documento científico. Por isso, Burtynsky recebeu títulos de doutor de universidades e uma medalha de honra da sociedade de geologia dos Estados Unidos. Ele não tem dúvida de que estamos na era da transformação geológica do mundo pelo homem, o que o levou a chamar seu filme mais recente de "Antropoceno" (2018).

Aos 69 anos, ele abriu em fevereiro uma grande retrospectiva na galeria Saatchi, em Londres, intitulada "Extração/Abstração", com trabalhos produzidos desde o início da sua carreira —como a imagem de uma mina de cobre em Utah, nos EUA, de 1984, que ele considera uma das suas obras mais representativas— até outros mais recentes, como a fotografia de uma mina de diamante na África do Sul, de 2018.

Desde 2003, Burtynsky dedica 100% do seu trabalho fotográfico e mais um sem-número de palestras à questão ambiental. À época, atribuiu a decisão ao temor com o futuro de suas filhas, então pequenas.

Nesses anos, a questão climática só se agravou: "Falamos de 1,5ºC como o limite do aquecimento a que podíamos chegar. Pois já chegamos! Neste ano, atingimos a marca de 1,5ºC"; "Estamos vivendo a metáfora da rã na panela, que fica mais quente, mas não sentimos o calor à nossa volta, por isso pensamos que está tudo bem", diz nesta entrevista concedida na sala de exposição da Saatchi.

Em um premiado TED Talk de 2005, o sr. fez uma crítica ao ambientalismo, considerando-o demasiado apocalíptico e pouco convincente. Algumas das suas fotografias atuais, porém, são muito fortes, quase depressivas. Sua visão mudou desde então? Tentei mostrar que os industriais diziam que os ambientalistas não compreendiam realisticamente como o mundo funciona, que precisávamos ter recursos, "somos criaturas que precisam extrair coisas da natureza para sobreviver", de alimentos provenientes da agricultura a materiais para construir edifícios, metais para fazer carros, sílica para o vidro ou chips de computador...

Acho necessário passar de uma retórica de interrupção, que não me parece realista, para uma retórica sobre como podemos obter esses materiais sem destruir a natureza. Essa é a questão número um.

O que eu quis dizer e continuo a acreditar é que precisamos realmente mudar a conversa do domínio da política para o domínio da sobrevivência humana e planetária. Isso inclui a esquerda e a direita, religiosos e não religiosos, ricos e pobres. Todos são afetados quando a tempestade chega, todos sofremos os danos.

No meu último filme, "Antropoceno: a Era Humana" (2018), e em alguns dos trabalhos que faço hoje, há uma urgência muito simples: falamos de 1,5ºC como o limite do aquecimento a que podíamos chegar. Pois já chegamos! Neste ano, atingimos a marca de 1,5ºC, que é o que não queríamos ultrapassar porque, se ultrapassássemos, seria difícil imaginar o que iria acontecer.

Estamos nesse ponto em que é difícil imaginar o que vai acontecer. Por isso, a urgência hoje é maior que nunca. Estamos no ponto em que o alarme está tocando, mas ainda estamos movendo as cadeiras do convés enquanto o Titanic já está afundando.

Nos últimos anos, aconteceram tragédias climáticas em todo o mundo. O Canadá, por exemplo, sofreu grandes incêndios florestais. Os líderes mundiais, no entanto, continuam a agir como se ainda tivéssemos tempo para corrigir o rumo. Acha que a opinião pública mundial, desde logo do Canadá, tem o sentido de urgência que a natureza exige? O governo liberal canadense tentou fazer avançar a agenda, introduziu um imposto sobre o carbono na gasolina, o que penso ser a coisa certa. Se falarmos com ambientalistas e economistas, é a forma mais rápida de fazer a transição.

O grande problema é a vontade política e o eleitorado. Se os eleitores querem gratificação imediata e não estão dispostos a suportar qualquer dor para o futuro, se só querem ter a certeza de que nada fica mais caro mesmo que seja melhor para o ambiente, os políticos têm medo porque querem ser reeleitos. O problema dos humanos é só acordar quando o fogo arde à sua porta.

Nesta exposição, "Extração/Abstração", algumas fotografias parecem imagens completamente abstratas, mas encontramos sempre algo de concreto que nos remete à realidade. Com quanto de abstracionismo trabalha? No meu trabalho, tenho sido fluido entre diferentes abordagens. Sempre gostei de preencher o quadro quase completamente com os objetos do chão. Uso o céu com muita parcimônia, porque me interessa a superfície altamente texturada da imagem.

Quando trabalhava com a câmera com chapas 8x10, nos primeiros tempos, ou quando comecei com a 4x5, que é uma câmera grande, sempre pensei nessa folha de filme em branco como um pintor pensaria em uma tela em branco. Por isso, passava horas, até dias sem tirar fotografias, pensando apenas como preencher isso, como tornar algo rico e cheio. Cada centímetro da minha fotografia é de alguma forma pensado.

Quando era jovem, fui exposto ao expressionismo abstrato. Adoro o trabalho de Jean Dubuffet (1901-1985), Richard Diebenkorn (1922-1993), Jackson Pollock (1912-1956). Olhava esse tipo de superfície emotiva, a forma como tentavam criar uma espécie de ligação emocional através de gestos e da cor e comecei a pensar também nesses termos.

Acho que treinei meu olhar na natureza tentando descobrir como fazer aquilo. Depois, comecei a aplicar às minas, pedreiras, indústrias e comecei realmente a ver através disso. Senti que dialogava mais com a pintura que com a fotografia.

Quem são os fotógrafos que te influenciaram? Tem muitos fotógrafos de que gosto, como Emmet Gowin (1941-) e Edward Weston (1886-1952). Havia algo em Weston que me fascinava: o fato de ele fotografar o vulgar, como um pimentão ou uma couve. Ele passava um longo tempo no estúdio, refletindo sobre a luz, observando esses objetos comuns do cotidiano e os elevava ao extraordinário.

Para mim, é muito interessante a forma como o ato de ver pode transformar o vulgar em extraordinário. Penso muitas vezes nisso. Por isso, provavelmente sou um dos primeiros fotógrafos a dizer: "Quero ir a uma mina ou a uma pedreira". Acho que a maioria das pessoas não pensaria nisso como tema para a câmera, a estética, a arte, mas eu trabalhei nisso até conseguir colher algo fora do comum.

Até passava por alguma coisa e pensava "não há nada ali", mas dizia sempre: "Espera aí, vamos lá ver outra vez; talvez sob outra luz isso pode ser interessante". Voltava e, até mesmo em diferentes estações do ano, como no caso dos rejeitos de níquel [na famosa foto que parece um rio vermelho]. Estive lá no verão e o terreno em volta, as margens, estavam multicoloridas, porque as superfícies estavam oxidadas, uma experiência completamente diferente.

Assim, a época do ano, a cor, todas essas coisas começaram a ser muito importantes na minha investigação e na elevação do vulgar ao extraordinário. Essa foi uma lição que aprendi com Edward Weston.

Também tive a oportunidade de fazer um workshop com Garry Winogrand (1928-1984). Passei um fim de semana inteiro com ele, andando nas ruas e ouvindo-o. Ele me ensinou uma lição sobre forma e conteúdo: "Se nos dedicarmos mais à forma, torna-se uma espécie de formalismo, torna-se mais simplificado. Se formos demasiado longe no conteúdo, acabamos no mundo do jornalismo, que é apenas contar histórias". Por isso, disse ele, tente manter o trabalho nessa linha muito tênue em que nem a forma nem o conteúdo reinam supremos.

Então, a obra tem tanto um mérito artístico quanto um mérito narrativo, de conteúdo. Se conseguirmos manter o trabalho dentro dessa linha estreita, há maior possibilidade de elevação do vulgar ao extraordinário.

O sr. é muito atento às novas tecnologias na fotografia. Como é o equipamento que utiliza no seu trabalho atual? O principal aspecto da fotografia é que ela passa por uma transição. Em 1985, abri um laboratório fotográfico em Toronto. Era completamente analógico, não havia digital. Em apenas três anos, em 1988, comecei a ouvir falar de scanners de tambor e digitalização de negativos ou transparências. Era o início do digital.

Percebi imediatamente que isso teria um enorme impacto. Comecei a pesquisar sobre o digital e o impacto que teria e, em 1991, comecei um plano de negócios. Em 1992, abri um departamento digital. Falei com a Kodak e ela me ajudou, me emprestou dinheiro. Consegui fazer a transição do analógico para o digital, e a Kodak não conseguiu. Olhava para eles e dizia: "Vocês não vão conseguir".

Eles ainda pensavam que as pessoas continuariam a usar o sistema analógico e copiariam as fotografias prontas para CDs da Kodak, que continuariam pagando US$ 32 por rolo de filme. Não previram a câmera digital direta e o impacto que teria no negócio porque eram, em grande parte, uma empresa de produtos químicos. No digital, não há química: tinham que se tornar uma empresa de bens duráveis.

Hoje, meu laboratório é completamente digital. Ainda tenho scanners de tambor, um processador de papel, que é químico, mas não tenho um ampliador. Foi uma conversão completa.

Se tivesse que escolher apenas três fotografias para levar para uma ilha deserta, quais seriam? Já tirei muitas fotografias. É muito marcante uma que fiz nos estaleiros de demolição de navios em Bangladesh, um trabalho tradicional que eu não sabia que existia. Fiz um retrato maravilhoso de um jovem trabalhador solitário, descalço, encostado na parede de um petroleiro, com cores radiantes, azuis e pretos, que saem do fundo. É um dos meus retratos mais impressionantes e faz parte do audiovisual "In the Wake of Progress".

Levaria também uma das paisagens que produzi durante a pandemia. Fiz uma série inteira com a câmera Phase One, de 150 megapixels. Pela primeira vez, consegui fazer imagens de alta densidade, como queria fazer nos anos 1980, utilizando essa câmera de última geração, que trabalha com "empilhamento de foco". Com essa tecnologia, consegui imagens que antes eram impossíveis de produzir.

Na série "Natural Order", há uma, de número 13, que para mim é uma imagem revolucionária em termos de complexidade, porque, no meu repertório, me movo muito entre a natureza em sua forma pura e a forma como nós, enquanto humanos, a alteramos.

Depois, levaria uma foto das séries sobre minas, porque minas são um dos meus temas mais duradouros. Comecei em 1981 e continuo a fotografar minas. Levaria a minha "Minas #22", de 1985, que mostra a mina de cobre de Bingham Valley (Utah, EUA) e tem uma forma espiral, que são terraços que descem. Para mim, essa foi uma espécie de imagem revolucionária porque, com ela, percebi que captava a noção de sublime da natureza dominada.

Pensemos que, há 250 anos, a força do vento ou da tempestade conduzia um navio pelo mar; naquela época, estávamos submetidos ao medo e ao esplendor do poder da natureza, que era o sublime. Passados 250 anos, olhamos para uma mina como aquela e agora nós, humanos, somos jogadores anões na nossa própria criação. A escala em que essas máquinas podem colher esses materiais da natureza nos torna pequenos jogadores no nosso próprio mundo tecnológico, que defino como sublime tecnológico.

O sr. faz poucos retratos, mas ao descrever o de uma senhora na China, vestida de azul, com algumas placas de computador ao lado, pareceu emocionado. Foi interessante ver aquela senhora chinesa de 95 anos com um traje azul ao estilo de Mao em uma varanda com placas de computador de lixo eletrônico ao lado. Ela viveu sob Mao Tse-tung, viveu os quatro grandes momentos da história chinesa recente e agora vive uma espécie de transição para o capitalismo, esse tipo de capitalismo chinês, de controle central, mas que é capitalismo.

Quando Deng Xiaoping disse: "Temos de permitir que alguns de nós enriqueçam" e enriquecer é glorioso, isso foi, naturalmente, um sinal verde para que todos se tornassem empresários. Os chineses são muito empreendedores e trabalhadores. Não foi preciso muito para que eles decolassem e se tornassem os fabricantes do mundo —e eu estava lá para fotografar isso.

Mas, quando vi essa mulher diante dos computadores que usamos no Ocidente e que seus filhos e netos reciclam a mão, havia algo de pungente nisso. O mundo avança, mas algumas coisas permanecem. É possível ver essa transição, multigeracional, da economia e dos valores. Aquilo que ela viveu durante a Revolução Cultural e o Grande Salto para a Frente foram momentos traumáticos para o país, em que os criativos, os intelectuais foram perseguidos até à morte e a ideologia foi totalmente levada em uma direção em que ninguém estava seguro e as pessoas não confiavam nas outras.

O Grande Salto para a Frente foi uma espécie de momento insano em que todos os utensílios e ferramentas agrícolas foram derretidos, porque Mao queria ter fábricas de aço. Mas, como não tinham matéria-prima, decidiram tirar todo o aço das ferramentas dos agricultores. No ano seguinte, não tinham nada com que plantar.

Trinta milhões de pessoas morreram porque não podiam se alimentar. Isso é uma loucura a aprender sobre autocracias. Ao percorrer a China, ainda se sentem os vestígios desse período. É triste de ver.

O sr. fotografou na China em diferentes épocas e estados de espírito, desde aquela senhora até as indústrias de ponta. A China é uma espécie de cápsula da essência do mundo atual? Acho que a Índia, a China, o Brasil e a Indonésia são histórias que estão se desenrolando, suas economias são uma boa pista para proporcionar a próxima geração de riqueza e oportunidades.

No Ocidente, parece que atingimos uma espécie de limiar onde há uma separação muito distinta entre os que têm e os que não têm —e os que não têm estão abandonados. Esse é sempre um lugar muito perigoso para a sociedade, quando as pessoas lutam para se afirmar. Não deixa de ser uma jornada esperançosa em direção a algo melhor ou novo.

Mas, se tivermos uma situação em que as pessoas tiveram uma vida de classe média e agora sentem que estão regredindo... Acho que foi esse o eleitor que Donald Trump encontrou, esse grupo que está sem direitos e desencantado com a situação.

Anos atrás, o sr. disse que temia o futuro das suas filhas neste mundo. Ainda tem medo ou está mais otimista? Tenho duas filhas, de 30 e 26 anos. Em 2003, disse pela primeira vez que ia me dedicar a ser um defensor da sustentabilidade, para que meu trabalho pudesse ajudar na discussão sobre a forma como estamos usando o planeta.

Creio que são duas grandes ameaças: a guerra nuclear, que pode arrasar o planeta em um dia, e as mudanças climáticas. Estamos vivendo a metáfora da rã na panela, que fica mais quente, mas não sentimos o calor à nossa volta, por isso pensamos que está tudo bem. Essa é a outra ameaça existencial.

Se estou mais otimista ou pessimista em relação às minhas filhas? O otimista precisa ter cuidado. A esperança é encontrar um machado quando a nossa casa estiver pegando fogo para quebrar a porta. Precisamos da esperança e da ação. Isso porque ainda podemos e devemos fazer todo o possível para evitar o pior.

Quando Donald Trump ganhou a eleição, em 2016, percebi que a agenda ambiental ia ser anulada. Se Hillary Clinton tivesse entrado, a agenda seria provavelmente irreversível a esta altura e teria sido a coisa certa a fazer, porque havia um ímpeto nessa direção. Trump chegou ao poder antes dessa solidificação e quase destruiu o Acordo de Paris. Se ele ganhar novamente e tivermos um político de extrema direita no Canadá...

Os governos autoritários parecem todos ter uma agenda em que o ambiente não é importante. Veja o caso de Bolsonaro no Brasil e o que aconteceu à Amazônia durante seu governo. O perigo é esses políticos de extrema direita chegarem e dizerem: "Não me interessa o ambiente, o que interessa é a economia" e acelerarem o mais depressa possível para ganhar dinheiro. Essa não é a solução para os nossos problemas atuais.

Temos de ter cuidado, temos de ser capazes de retirar da natureza apenas aquilo de que precisamos, não destruir o planeta.

Edward Burtynsky, 69

Fotógrafo nascido em Ontário, no Canadá, documenta há mais de 40 anos a transformação de paisagens naturais de todo o mundo pela sociedade. Fotografias aéreas de grande formato, que registram com linguagem abstrata marcas do desmatamento, da mineração e da urbanização no planeta, se tornaram o marco da sua obra, presente no acervo de mais de 60 museus, incluindo o Guggenheim, em Nova York, o Tate, em Londres, e o Reina Sofía, em Madri. Recebeu o Prêmio Sony Internacional pela Contribuição à Fotografia, entre outras láureas. Cocriador dos longas-metragens "Manufactured Landscapes" (2006), "Marcas da Água" (2013) e "Antropoceno: a Era Humana" (2018).

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