Governadores terão dificuldade para reverter decisão de punir aliados que votarem pela Previdência
Partidos de oposição dizem que estratégia de Maia para angariar votos não deve prosperar
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Apesar do discurso do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e de seus aliados de que governadores da oposição devem ajudar a aprovar a reforma da Previdência, estes devem ter dificuldades para influenciar seus partidos.
Chefes do Executivo estadual de siglas como PSB e PT têm mantido diálogo com o presidente da Casa. Suas legendas, porém, dizem que não devem ser influenciadas e manterão fechamento de questão contra a mudança nas regras de aposentadoria.
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, afirmou à Folha que seu partido deve se posicionar contra a reforma e pode punir deputados que votem a favor do texto. "Como nós fizemos com a trabalhista, expulsamos parlamentares", disse.
A sigla fechou questão por enquanto contra o texto que foi aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), e voltará a se reunir para debater a proposta que sair da comissão especial, segunda fase da tramitação.
É neste ponto que Maia espera que o governador Paulo Câmara (PE) atue para que o partido não impeça deputados ligados a ele de votarem pelo texto.
Siqueira, porém, rechaça essa possibilidade e diz que a influência do presidente da Câmara não terá lugar no posicionamento do partido.
"Tanto que na eleição nós ficamos contra ele", afirmou. No pleito para a Mesa Diretora, Maia tentou trazer o partido oposicionista para seu bloco, mas o grupo do presidente do partido, que era contrário à aliança, prevaleceu.
O PT, que possui quatro governos estaduais no Nordeste, deve seguir o mesmo caminho. Apesar das conversas entre os governadores com Maia, a sigla deve manter a punição estatutária àqueles que votarem contra seu posicionamento.
A sigla já fechou questão e não deve rever sua posição, diz a presidente Gleisi Hoffmann (PR).
"Não reverteremos. E antes de fechar, tivemos uma conversa com nossos governadores, foi um documento consensual", diz a deputada, que é membro da comissão especial que analisa o mérito da proposta e pode retirar dela a extensão para estados e municípios.
Apesar disso, governadores como Wellington Dias (PI) e Camilo Santana (CE) já demonstraram simpatia pela reforma da Previdência.
Hoje são nove os governadores ligados a partidos de oposição ao governo de Jair Bolsonaro. A maior parte deles concentrada no Nordeste do país.
Existe um debate sobre se governadores (que têm sido usados como articuladores) são mesmo capazes de influenciar o voto de bancadas, que tendem a ser mais fiéis aos seus partidos.
O fechamento de questão aumenta a dificuldade para que os chefes do Executivo estadual revertam votos. Isso porque como a deliberação é aberta, é possível medir o nível de fidelidade dos parlamentares — e as siglas podem revidar com advertências e até expulsão.
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