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'Qualquer um já viu fila na Caixa, é normal', diz presidente do banco

Governo fez alteração na forma do pagamento da segunda parcela do auxílio, com objetivo de evitar a ida aos bancos

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Brasília

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou hoje que as filas observadas nas agências do país durante o saque do auxílio emergencial de R$ 600 não são uma novidade se considerados outros momentos do banco, como o pagamento do Bolsa Família. Por isso, o executivo vê as ocorrências como algo normal.

"Qualquer um de vocês já viu fila na Caixa em algum momento da vida, isso é normal. Eu mesmo, antes de trabalhar na Caixa, lembro das filas gigantescas que existiam. Hoje temos menos", disse Guimarães em apresentação nesta sexta-feira (15) no Palácio do Planalto.

Nas últimas semanas, pessoas fizeram filas em agências da Caixa pelo país em busca do auxílio. Com isso, houve aglomeração em um momento em que a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda distanciamento social para evitar a propagação do coronavírus.

Apesar do discurso, o governo anunciou uma alteração na forma do pagamento da segunda parcela do auxílio, com objetivo de evitar a ida aos bancos.

Para quem não é do Bolsa Família, os recursos do auxílio serão depositados em conta na quarta-feira (20), mas só poderão ser sacados em espécie de forma escalonada de 30 de maio a 13 de junho.

Enquanto não puderem ser sacados, os recursos ficarão disponíveis apenas para o pagamento de contas e boletos, além de compras por meio de cartão de débito virtual em cerca de 1000 lojas.

Com isso, o governo espera impulsionar o uso digital, diminuindo a necessidade de saques em espécie. "Foi um modo de diminuir as filas", afirmou Guimarães.

Além disso, o executivo diz que haverá uma triagem para remover das filas pessoas que não podem sacar conforme o calendário. Muitas iam ao banco em busca de informações, por exemplo. "Faremos uma triagem muito forte nas filas. Não pode acontecer de ter metade da fila sem poder receber", afirmou.

Ele relatou ainda que, na primeira parcela, dois terços das pessoas que receberam os recursos na conta digital transferiram rapidamente para outra conta na Caixa ou em outros bancos, o que também estimulou ida aos bancos.

Conforme mostrou a Folha, havia preocupação também sobre a existência suficiente de moeda para os saques. Para tentar suprir a demanda, o Banco Central pediu a antecipação da produção de R$ 9 bilhões em cédulas e moedas até o fim de maio.

No caso do Bolsa Família, o calendário de saques seguirá sem mudanças em relação ao previsto no programa (de 18 a 29 de maio) porque o público tem menos informações e o governo prefere fazer as menores mudanças possíveis para não gerar confusão.

O executivo afirmou ainda que conversa com empresas de pagamento para a operação da terceira parcela do auxílio emergencial. "Tive reunião com presidentes de todas as adquirentes e teremos novidades dentro de poucas semanas", afirmou.

Embora não tenha dado detalhes, o executivo disse em outro momento que o objetivo é permitir que as pessoas em breve façam pagamentos fisicamente em lojas, inclusive usando o celular.

"Queremos incentivar que as pessoas paguem as contas, possam realizar compras pelo meio digital e em algum momento próximo ir a alguma loja, fazer a compra nas maquininhas usando o celular", disse.

Procurado, o banco informou que hoje a operadora Cielo já oferece em parte de suas maquininhas a possibilidade de débito com o cartão virtual da Caixa.

O cartão virtual pode ser emitido de forma gratuita pelo app Caixa Tem e poder ser usado inclusive nos dispositivos das lojas físicas.

Além disso, o banco informou que o Caixa Tem permite transações como transferências e pagamentos eletrônicos, inclusive por meio de QR Code.

O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, defendeu o presidente Jair Bolsonaro durante a apresentação e citou que 37% de todo o auxilio emergencial é direcionado a famílias nordestinas.

Nesta semana, o governo identificou mais de 70.000 pagamentos do auxílio a pessoas que não poderiam recebê-lo, como militares. O TCU (Tribunal de Contas da União) vai analisar o caso.

Gustavo Canuto, presidente da Dataprev (estatal responsável por identificar quem é elegível), disse que não se pode culpar a atual gestão por problemas.

"Essas bases [de dados] existem há décadas. Falhas que possam existir na base de dados, algumas inconsistências, não podem ser atribuídas a um governo que está ha um ano e alguns meses trabalhando", disse ele sem citar o pagamento a militares. Ao final da apresentação, não houve espaço para perguntas.

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