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O Facebook suspendeu o plano de lançar o app Instagram Kids, direcionado a crianças de menos de 13 anos, frente à crescente oposição ao projeto em Washington.
Adam Mosseri, que comanda a rede social de imagens controlada pelo Facebook, negou que a decisão de suspender o desenvolvimento do Instagram Kids equivalesse a admitir que o conceito era uma má ideia, e disse que o desenvolvimento de um app separado que ofereça mais controle aos pais continuava a ser “a coisa certa a fazer”.
Mosseri declarou, porém, em comunicado divulgado nesta segunda-feira (27), que está “atento às preocupações” a respeito do projeto. “Vamos anunciar medidas para que possamos fazê-lo do jeito certo”, afirmou.
A decisão surgiu depois de uma reportagem do The Wall Street Journal mostrar que pesquisas internas do Facebook haviam concluído que usar o Instagram pode ser prejudicial a muitos aspectos do bem-estar dos adolescentes, como o de imagem corporal. A reportagem, baseada em documentos vazados por uma fonte anônima que posteriormente veio a debater o tema com congressistas americanos, dá a entender que a empresa decidiu ocultar as constatações.
O Facebook vem contestando ferozmente a descrição do The Wall Street Journal sobre seus relatórios. A justificativa para adiar o lançamento do Instagram Kids foi que a empresa teria mais tempo, assim, para incorporar sugestões de segurança e privacidade vindas de autoridades, pais e ativistas, em um momento em que os apelos por garantias ganham apoio crescente de ambos os partidos no Congresso.
Depois da publicação, integrantes da Câmara dos Deputados e do Senado eescreveu a Mark Zuckerberg, o presidente-executivo do Facebook, exortando a empresa a revelar o que suas pesquisas tinham constatado e abandonar os planos para uma versão infantil do Instagram.
A proposta também causava frustração dentro da companhia, de acordo com funcionários. Um deles disse que em março, antes da reportagem do Wall Street Journal, algumas pessoas já haviam expressado preocupação a respeito.
A companhia aceitou enviar Antigone Davis, sua vice-presidente mundial de segurança, para depor em uma audiência da comissão de comércio do Senado sobre a proteção das crianças online, marcada para esta quinta (30).
A companhia aceitou enviar Antigone Davis, sua vice-presidente mundial de segurança, para depor em uma audiência do comitê de comércio do Senado sobre a proteção das crianças online, que acontecerá nesta quinta-feira (30).
Muitas crianças começaram a passar mais tempo online nos últimos 18 meses, por causa do distanciamento social causado pela pandemia de coronavírus, o que vem alimentando os apelos às grandes empresas de tecnologia para que tomem mais medidas para proteger a saúde mental das crianças e policiar possíveis abusos.
O Facebook argumenta que é melhor e mais prático criar espaços digitais seguros para as crianças, nos quais os pais possam monitorar o que elas fazem, em vez de tentar impedi-las de estar online. Outros aplicativos, como o YouTube, têm suas versões infantis.
Políticos e organizações de pais, no entanto, afirmam que o Instagram pode causar dependência e levar seus jovens adeptos ao uso prolongado do app, invadindo sua privacidade em um período vulnerável e provocando ansiedade desnecessária em relação à própria aparência.
Novas regras entraram em vigor neste mês no Reino Unido com o objetivo de proteger as crianças online, o que inclui a verificação de idade.
Em março, depois do anúncio dos planos para o Instagram Kids, Zuckerberg foi questionado por legisladores americanos em audiência sobre o Facebook na qual o aplicativo foi acusado de ter sido projetado para atrair usuários jovens e de expô-los a conteúdo que ameaça sua segurança.
Pouco mais tarde, 44 dos 50 secretários estaduais de Justiça nos Estados Unidos enviaram uma carta a Zuckerberg pedindo que ele deixasse de lado a versão infantil do Instagram, afirmando que a ideia poderia ser “perigosa, por uma infinidade de razões”.
Tradução de Paulo Migliacci
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