Elon Musk, o homem mais rico do mundo, doou 5,04 milhões de ações de sua empresa Tesla para filantropia em novembro, de acordo com um documento do mercado de ações divulgado na noite de segunda-feira (14), sem especificar os destinatários.

Isso representa US$ 5,7 bilhões (R$ 29,6 bilhões) no preço de fechamento das ações da Tesla nos dias em que as doações foram feitas, e US$ 4,4 bilhões (R$ 22,8 bilhões) no preço de fechamento desta segunda-feira.

As transações foram feitas quando Musk se desfazia de ações para cumprir obrigações fiscais decorrentes do exercício de opções de compra de ações.

Segundo cálculos do Wall Street Journal, o bilionário abriu mão de um total equivalente a mais de US$ 16 bilhões (R$ 83 bilhões) em ações da Tesla nos últimos dois meses de 2021.

Musk, também proprietário da SpaceX, indicou em um tuíte no início de dezembro que pagaria US$ 11 bilhões em impostos até 2021. As doações geralmente reduzem a conta de impostos.

O empresário, cuja fortuna é estimada pela revista Forbes em US$ 238 bilhões (R$ 1,23 trilhão), respondeu várias vezes no Twitter aos comentários de políticos americanos como Elizabeth Warren e Bernie Sanders, que defendem a criação de um imposto sobre a riqueza.

Analistas afirmam que a doação de ações da Tesla poderia gerar um benefício fiscal para Musk, já que os papéis doados para instituições de caridade não estão sujeitos ao imposto sobre ganhos de capital, como estariam se fossem vendidos.

"Seu benefício fiscal seria enorme", disse Bob Lord, membro associado do Institute for Policy Studies, que estuda política tributária.

"Ele economizaria entre 40% e 50% dos US$ 5,7 bilhões em impostos, dependendo se pudesse fazer a dedução de sua renda na Califórnia, e evitaria o imposto sobre ganhos que teria de pagar se vendesse as ações."

Lord acrescentou que Musk pode ter doado as ações para intermediários, como "fundos aconselhados por doadores", e não diretamente para grupos de caridade.

Musk assinou em 2012 a iniciativa "Giving Pledge", lançada em 2010 pelo investidor e empresário Warren Buffett, o fundador da Microsoft, Bill Gates, e sua então esposa Melinda Gates, incentivando bilionários a doar pelo menos 50% de suas fortunas para atividades de caridade.

(Com Reuters)