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Novo PAC mostra desenvolvimento focado em temas da atualidade

Pacote prioriza economia verde e inclusão social com capacidade de induzir crescimento econômico

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Venilson Tadini

É presidente-executivo da Associação Brasileira da Infraestrutura e das Indústrias de Base (ABDIB).

Roberto Guimarães

É diretor de planejamento e economia da Associação Brasileira da Infraestrutura e das Indústrias de Base (ABDIB).

É com grande expectativa que o setor de infraestrutura aguardou a divulgação do Novo PAC. Diante do elevado hiato existente entre as necessidades de investimentos em infraestrutura e o realizado, em que pese o aumento dos investimentos privados, não conseguimos nem sequer cobrir a depreciação dos ativos públicos de infraestrutura.

Além disso, houve queda acentuada dos investimentos públicos em infraestrutura do governo federal, em decorrência, principalmente, do teto de gastos.

Obras do trecho norte do Rodoanel de São Paulo - Zanone Fraissat/Folhapress

Diante deste quadro, o Novo PAC transmitiu uma sinalização positiva, pois contempla, na definição dos projetos a serem priorizados, o papel indutor do Estado (não Estado empresário), por meio do planejamento de médio e longo prazos, uma estratégia de desenvolvimento focada nos grandes temas que movem a economia mundial, a saber: a transição energética para a economia verde, a descarbonização, a reestruturação das cadeias globais de valor, a segurança alimentar e a inclusão social (habitação, saúde, mobilidade urbana e educação).

Na verdade, o Novo PAC pode ser o indutor de saltos qualitativo e quantitativo de desenvolvimento, necessários para a inserção do país no cenário internacional.

Focar nestes temas significa explorar uma janela de oportunidades para o Brasil vir a se destacar como grande potência mundial, principalmente em função de já ter uma matriz energética bastante limpa e poder ser um importante ator no mercado mundial de hidrogênio verde.

Precisamos aproveitar a oportunidade e nossos ativos, para, na esteira da transição energética, e da necessidade de reduzir a dependência das cadeias globais de produção, adotar políticas públicas de inovação e reindustrializar o país. Sem isso, não haverá crescimento econômico capaz de criar emprego de qualidade e de reduzir as nossas elevadas desigualdades sociais.

Outro aspecto importante do Novo PAC é que ele estará circunscrito dentro dos limites da responsabilidade fiscal, na forma das regras do novo arcabouço fiscal. O novo PAC vai priorizar obras que estão paralisadas, recuperação de ativos de responsabilidade da União e projetos de PPPs (parcerias público-privadas) e concessões, não apenas do governo federal, mas articulados, também, com os principais projetos dos estados.

O total de investimento previsto para quatro anos é de R$ 1,7 trilhão, sendo R$ 60 bilhões ao ano direto do Orçamento da União. O que sempre se questiona é a capacidade de execução dos investimentos pelo governo federal. Contrário senso, nós acreditamos nessa capacidade de execução. Temos de romper como o sentimento de "fracassomania", como dizia Albert Hirscheman.

Precisamos entender que o momento atual em muito difere de experiências anteriores, pois aprendemos e melhoramos em muitos aspectos. O PPI (Programa de Parceria de Investimentos) trouxe uma reorganização positiva na governança pública federal em prol dos investimentos em infraestrutura, iniciativa que tem sido multiplicada por estados e municípios.

Houve avanços no planejamento, maior racionalidade na definição de prioridades e melhora na estruturação de projetos e das matrizes de risco. Avanços foram observados, ainda, na regulação e nas relações entre os poderes concedentes, agências reguladoras e órgãos de fiscalização e controle.

Além do PPI, merece destaque a atuação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e da Caixa Econômica Federal no apoio técnico e financeiro aos entes subnacionais no desenvolvimento de seus programas de concessões e PPPs. Ressalta-se, também, que no Novo PAC, há uma articulação entre todas as instituições financeiras oficias, de atuação nacional e regional.

Investimentos públicos e privados são complementares. Os primeiros, em ações estruturantes e de manutenção de ativos cuja rentabilidade não atrai o investimento privado. Os segundos, em projetos mais maduros e com menores riscos. Não aos argumentos de fracasso das políticas públicas.

Assim como nossa democracia, nossos projetos, sistemas construtivos e instrumentos de controle e fiscalização estão mais eficientes e maduros.

Por tudo isso, acreditamos que o Novo PAC possa ser bem-sucedido, pois, em um ambiente mais transparente e com menos assimetria de informações, está mostrando os caminhos e as prioridades a serem seguidos pelo setor privado e que este é parceiro do setor público nos enormes desafios que temos pela frente.

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