Olimpíadas prometem retorno de até 11 bilhões de euros a Paris
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Custos e lucros olímpicos
As Olimpíadas de Paris devem injetar até 11 bilhões de euros (R$ 67,3 bilhões) na economia da capital da França, e região, num período 16 anos. O impacto vem de três frentes: turismo, obras do governo e gastos com o próprio evento.
↳ O valor foi calculado pelo CDES (sigla em francês para Centro de Direito e Economia para o Esporte).
Os Jogos têm abertura oficial nesta sexta-feira (26) e vão até 11 de agosto.
Turista que chega. Estimativas da Oxford Economics preveem que a França receberá 101 milhões de visitantes ao longo do ano, mais que os 98,2 milhões de 2023. A previsão do Comitê Olímpico é de que 181 mil empregos sejam criados durante o período.
- 10 milhões de ingressos foram vendidos, maior volume registrado em edição dos Jogos.
Dinheiro gasto... O governo francês afirma que o orçamento do evento foi de 4,4 bilhões de euros (R$ 24,5 bilhões). Apenas 5% seria dinheiro público, destinado aos Jogos Paralímpicos.
↳ Estimativas do jornal La Tribune apontam que obras públicas como a despoluição do Rio Sena elevaram o gasto total a 11,8 bilhões de euros (R$ 73,1 bilhões).
…e o retorno? A maioria dos Jogos Olímpicos não teve retorno suficiente em dinheiro para compensar os investimentos feitos nas cidades-sede, segundo pesquisa da Universidade de Lausanne, na Suíça. Los Angeles (1984), Sidney (2000) e Atlanta (1996) são as exceções.
↳ A Rio-2016 teve prejuízo até "pequeno", de US$ 200 milhões (R$ 1,1 bilhão).
↳ Os de Londres (2012) e Montreal (1976) passaram de US$ 5 bilhões (R$ 28,2 bilhões).
Por quê? Os pesquisadores explicam que altos gastos com a manutenção de obras sem uso depois dos jogos foi o que transformou o evento em um investimento deficitário.
Aquecendo. O presidente da França, Emmanuel Macron, e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, apostam nas Olimpíadas como um fator para tentar estimular a economia local, que não vive seus melhores dias.
- A França deve crescer 0,7% neste ano;
- Os Jogos poderiam levar essa alta, no melhor cenário, para 0,9%, segundo o CDES.
Luxo. Maior grupo empresarial francês, e um dos maiores do mundo, a LVMH investiu para aparecer no evento. O dono da Louis Vitton, Tiffany e Moët Chandon é patrocinador "premium" das Olimpíadas. Para isso, desembolsou 150 milhões de euros (R$ 917 milhões) e garantiu exposição para suas marcas:
A grife de joias Chaumet criou as medalhas, que serão levadas em caixas da Louis Vuitton.
Os calçados Berluti estarão nos pés das seleções francesas no desfile oficial dos Jogos.
O champanhe Moët Chandon e o conhaque Hennessy serão servidos no coquetel de abertura.
Racha no Vale do Silício
A comunidade de tecnologia da Califórnia, onde empresas como Apple, Google e Tesla foram fundadas, não é mais um grupo que vota essencialmente nos Democratas. Figuras como Elon Musk, David Sacks e os gêmeos Winklevoss declararam apoio a Donald Trump nas eleições.
Por que importa? A Califórnia é o estado mais populoso dos EUA, com a maior economia e crucial para os democratas vencerem. É uma região que tradicionalmente vota com os democratas.
↳ A última vez que o partido perdeu lá foi em 1988, quando o republicano George H. W. Bush venceu no estado e foi eleito presidente
↳ A candidata democrada Kamala Harris é californiana e atuou como promotora e procuradora-geral no estado.
Perfil. O Vale do Silício, próximo a São Francisco, é considerado uma das regiões mais inovadoras do mundo e sede da maioria das "bigs techs". A região tem perfil liberal nos costumes e costuma eleger políticos com pautas progressistas.
Quem apoia Kamala? O New York Times listou cinco peso pesados do Vale que estão com a democrata, que era amiga de Steve Jobs e afirma ser uma "capitalista". Quem são eles:
- David Ellison, fundador e CEO da Skydance. Vai liderar a Paramount após a fusão;
- Reid Hoffman, investidor e cofundador do LinkedIn;
- Reed Hastings, cofundador da Netflix;
- Laurene P. Jobs, filantropa e viúva de Steve Jobs;
- Sam Altman, CEO da OpenAI.
A indústria de entretenimento de Los Angeles, mais ao sul no estado, também é forte apoiadora dos Democratas. Um dos maiores militantes é o ator George Clooney.
[+] Na newsletter de ontem, mostrei como Kamala Harris encara desafios para convencer os eleitores de que a gestão Joe Biden teve bons resultados na economia.
Quem apoia Trump. Elon Musk, CEO da Tesla, é a principal figura do setor de tecnologia que está com o republicano. Veja outros listados pelo NYT:
- Os gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss, investidores ex-parceiros de Mark Zuckerberg no Facebook
- David Sacks, cofundador da Craft Ventures
- Doug Leone, sócio da Sequoia Capital
- Joe Lonsdale, cofundador da Palantir
- Marc Andreessen, cofundador da Andreessen Horowitz
Ajuda do vice. O candidato a vice-presidente republicano J.D. Vance, senador de Ohio, também atraiu nomes. Ele tem laços com o bilionário de "venture capital" Peter Thiel, (que fez grandes aportes em Facebook e Nubank), e o ex-presidente-executivo do Google Eric Schmid.
Os motivos. Os apoiadores de Trump estão apostando que o ex-presidente reduzirá a carga tributária. Muitos deles estão desesperados para evitar o plano democrata de aumentar os impostos sobre a renda.
↳ Outro motivo é a ação das agências do governo que têm impedido fusões e aquisições.
Dica: a Folha tem uma newsletter exclusiva sobre a eleição nos EUA, marcada para 5 de novembro. Até lá, a correspondente Fernanda Perrin escreve uma edição, direto de Washington, com o que importa na disputa.
Super ricos na pauta do G20
Os países membros do G20, que reúne as maiores economias do mundo, concordaram pela primeira vez em citar a taxação de super-ricos em um comunicado. O texto será divulgado nesta sexta-feira (25) e fala da cobrança de forma concreta.
↳ A pauta é defendida por Brasil e França, mas criticada pelos Estados Unidos.
↳ Os países chegaram a um meio-termo e citaram diálogo sobre "tributação justa e progressiva", que inclua "indivíduos com patrimônio líquido ultraelevado".
A proposta brasileira. O governo Lula (PT) defende um plano elaborado pelo economista francês Gabriel Zucman para criar uma rede de tributação internacional de super ricos. Ela prevê um imposto global de 2% sobre o patrimônio de cerca de 3 mil pessoas, que tenham mais de US$ 1 bilhão em bens.
- US$ 250 bilhões (cerca de R$ 1,4 trilhão) de arrecadação ao ano no mundo;
- O Brasil tem 69 bilionários, segundo a revista Forbes.
↳ O acordo global é o formato defendido para não haver "fuga" de fortunas de um país para outro, como hoje acontece.
- Em coluna na Folha, o economista Bernardo Guimarães fala das vantagens e desvantagens da tributação.
‘Não é pouco’. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a inclusão da referência ao imposto global no comunicado do G20.
- "Eu não penso que seja pouco. É uma conquista de natureza moral. Reconhecer que existem procedimentos e práticas inaceitáveis num mundo com tanta desigualdade e buscar reparar essa injustiça é importante".
A cobrança tem sido defendida por Lula e pela economista vencedora do Nobel, Esther Duflo, que afirmou à Folha, em abril, que taxar bilionários não é mais uma ideia de direita ou esquerda.
- "Não se trata de tirar a fortuna deles (bilionários), mas obrigá-los a pagar impostos como os que pagamos sobre nossos salários", defendeu.
Sim, mas… A ideia é refutada pelas autoridades da maior economia do mundo. A secretária do Tesouro americana, Jenet Yellen, é uma voz contrária à taxação global.
- "A política tributária é muito difícil de coordenar globalmente. Não vemos necessidade e não achamos realmente desejável tentar negociar um acordo global".
O encontro. Ministros das áreas econômicas estiveram em Brasília nesta quinta-feira (24) para o encontro do G20. O Brasil é anfitrião de uma série de reuniões do grupo neste ano. O principal encontro, entre os presidentes, será no Rio, em novembro.
Para assistir: "Som na Faixa"
Netflix, 1 temporada, 8 episódios (em média 50 minutos)
As dúvidas sobre o futuro da música eram grandes no começo dos anos 2000. Os downloads ilegais disparavam e as vendas de CDs caíam. A startup Spotify, criada na Suécia em 2008, foi quem redefiniu a indústria nos anos seguintes com a tecnologia do streaming.
Essa história é contada na série "Som na Faixa" ("The Playlist", no título original em inglês), disponível na Netflix, minha dica de hoje.
Os oito episódios mostram a criação do Spotify, ainda como startup no país nórdico, bem longe das famosas empresas de tecnologia da Califórnia, nos EUA. Daniel Ek, fundador e ainda CEO do Spotify, decidiu propor um negócio digital para reprodução de músicas que fosse legal e interessante às gravadoras. Ele segue como CEO.
‘Som na Faixa’ foi baseada no livro "Spotify Untold" (Sem tradução em português), escrito pelos jornalistas Jonas Leijonhufvud e Sven Carlsson.
Quinze anos após sua criação, o Spotify caminha para o primeiro lucro anual, como destaquei na newsletter de ontem.
- A empresa tem 30% do mercado do streaming de música;
- São 626 milhões de usuários, sendo que 246 milhões pagam.
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