Embaixada brasileira em Jerusalém seria 'agressão desnecessária', diz autoridade palestina
Para embaixador, Brasil abriria mão de neutralidade e passaria a fazer parte do conflito regional
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O embaixador palestino em Brasília, Ibrahim Alzeben, advertiu nesta terça-feira (26) que uma eventual transferência da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém seria uma "agressão desnecessária". Para ele, a atitude poderia tornar o Brasil "parte de um conflito", em detrimento de sua tradicional neutralidade diplomática.
Às vésperas da visita do presidente Jair Bolsonaro a Israel, Alzeben disse que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, também espera receber o líder brasileiro nos territórios palestinos.
"Transferir a embaixada, e não apenas a do Brasil, mas a de qualquer país do mundo (...) para Jerusalém é uma agressão desnecessária, uma agressão ao direito internacional e aos nossos direitos", declarou o embaixador.
"O Brasil sempre (...) foi um promotor do processo de paz. Não entendo, não consigo entender nem justificar esta posição de querer ser parte de um conflito entre Palestina e Israel."
Entre os dias 31 de março e 3 de abril, Bolsonaro estará em Israel, onde se reunirá com o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.
Em seu alinhamento com os governos conservadores e nacionalistas, Bolsonaro prometeu durante a campanha eleitoral e após assumir a presidência que levaria a embaixada do Brasil para Jerusalém, seguindo os passos do presidente americano, Donald Trump.
Mas a questão saiu de pauta diante dos sinais emitidos por países árabes, importantes compradores de carne halal do Brasil, de que poderiam adotar represálias comerciais. O chanceler Ernesto Araújo declarou na semana passada que o governo brasileiro "ainda analisa" a transferência da embaixada.
Israel considera toda a cidade de Jerusalém como sua capital indivisível, enquanto os palestinos querem instalar em Jerusalém Oriental a capital de seu futuro Estado.
Para a comunidade internacional, o status da Cidade Santa tem que ser negociado entre as duas partes, e as embaixadas não devem ficar em Jerusalém até que haja um acordo.
O Brasil mantinha a mesma posição da comunidade internacional. O país reconheceu a Palestina como Estado em 2010, sob a Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva.
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