Siga a folha

Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Embaixada brasileira em Jerusalém seria 'agressão desnecessária', diz autoridade palestina

Para embaixador, Brasil abriria mão de neutralidade e passaria a fazer parte do conflito regional

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Brasília | AFP

O embaixador palestino em Brasília, Ibrahim Alzeben, advertiu nesta terça-feira (26) que uma eventual transferência da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém seria uma "agressão desnecessária". Para ele, a atitude poderia tornar o Brasil "parte de um conflito", em detrimento de sua tradicional neutralidade diplomática.

Às vésperas da visita do presidente Jair Bolsonaro a Israel, Alzeben disse que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, também espera receber o líder brasileiro nos territórios palestinos.

"Transferir a embaixada, e não apenas a do Brasil, mas a de qualquer país do mundo (...) para Jerusalém é uma agressão desnecessária, uma agressão ao direito internacional e aos nossos direitos", declarou o embaixador.

O embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Alzeben, em Brasília - Evaristo Sa/AFP

"O Brasil sempre (...) foi um promotor do processo de paz. Não entendo, não consigo entender nem justificar esta posição de querer ser parte de um conflito entre Palestina e Israel."

Entre os dias 31 de março e 3 de abril, Bolsonaro estará em Israel, onde se reunirá com o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.

Em seu alinhamento com os governos conservadores e nacionalistas, Bolsonaro prometeu durante a campanha eleitoral e após assumir a presidência que levaria a embaixada do Brasil para Jerusalém, seguindo os passos do presidente americano, Donald Trump.

Mas a questão saiu de pauta diante dos sinais emitidos por países árabes, importantes compradores de carne halal do Brasil, de que poderiam adotar represálias comerciais. O chanceler Ernesto Araújo declarou na semana passada que o governo brasileiro "ainda analisa" a transferência da embaixada.

Israel considera toda a cidade de Jerusalém como sua capital indivisível, enquanto os palestinos querem instalar em Jerusalém Oriental a capital de seu futuro Estado.

Para a comunidade internacional, o status da Cidade Santa tem que ser negociado entre as duas partes, e as embaixadas não devem ficar em Jerusalém até que haja um acordo.

O Brasil mantinha a mesma posição da comunidade internacional. O país reconheceu a Palestina como Estado em 2010, sob a Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva. 

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas