Em Hong Kong, ativistas pedem a líderes do G20 que ajudem a 'libertar' o território
Às vésperas de cúpula no Japão, manifestantes entregam petições contra projeto de lei de extradição
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Mais de mil manifestantes marcharam até os principais consulados estrangeiros em Hong Kong nesta quarta-feira (26).
Eles pedem às representações dos países que estarão na cúpula do G20 que apoiem o cancelamento do controverso projeto de lei de extradição que permitiria o envio de indivíduos para serem julgados na China continental, em tribunais controlados pelo Partido Comunista.
"Queremos fazer algum barulho durante a reunião do G20, para que outros países discutam as questões em Hong Kong", disse a estudante Aslee Tam.
O G20, grupo que reúne dirigentes das 20 maiores economias do mundo, se reúne em Osaka, no Japão, na sexta (28) e no sábado (29).
Segurando cartazes e vestindo camisetas com os dizeres "por favor, liberte Hong Kong" em vários idiomas, os manifestantes se dividiram em três grupos e marcharam pacificamente para 16 missões diplomáticas, incluindo o Escritório da União Europeia e os consulados de Argentina, Austrália, Canadá, Itália, Japão, África do Sul, Coreia do Sul, Rússia, Turquia, Estados Unidos e Inglaterra.
No consulado dos EUA, entregaram uma petição pedindo ao presidente Donald Trump para "apoiar Hong Kong" na cúpula. Eles querem que o republicano, nas conversas que terá com o dirigente chinês, Xi Jinping, apoie a retirada total da proposta de legislação.
Em junho, quatro grandes protestos contra o projeto de lei que permite a extradição de fugitivos para serem julgados por Pequim colocaram o território sob domínio da China em crise —tribunais de Pequim são considerados menos justos em relação aos de Hong Kong.
Ex-colônia britânica, Hong Kong retornou ao domínio chinês em 1997. Desde então é governado sob a fórmula "um país, dois sistemas", que garante que tenha liberdades não permitidas à China continental, incluindo um sistema judiciário independente.
Após o começo das manifestações, que têm levado milhões às ruas, a chefe-executiva de Hong Kong, Carrie Lam, suspendeu indefinidamente a discussão do projeto no Parlamento, mas a população exige que ela o cancele por completo e que renuncie ao cargo.
O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Jeremy Hunt, disse ao Parlamento britânico na terça-feira (25) que Londres proibiria as vendas de gás lacrimogêneo para Hong Kong e pediu uma investigação independente sobre a recente violência policial contra os manifestantes. Os confrontos deixaram 58 ativistas e 22 policiais feridos.
Em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, instou o Reino Unido a não interferir nos assuntos internos da China.
"A Grã-Bretanha tem feito repetidas declarações irresponsáveis e interferido em relação a Hong Kong. A China expressa sua forte insatisfação e firme oposição a isso", disse Shuang em entrevista para a imprensa.
Um ministro assistente das Relações Exteriores da China, Zhang Jun, disse nesta semana que a China não permitirá que Hong Kong seja discutido no G20.
Os ativistas levantaram mais de US$ 640 mil em uma campanha de arrecadação online para divulgar anúncios em grandes meios de comunicação estrangeiros, como o jornal The New York Times, durante a cúpula. Alguns também viajarão para Osaka.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters