China não permitirá discussão de protestos em Hong Kong em cúpula do G20

Fórum é sobre economia, diz ministro; há novas manifestações programadas para quarta (26)

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Genebra | Reuters

A China não vai permitir que os recentes protestos em Hong Kong pedindo a anulação do projeto de lei de extradição sejam discutidos na cúpula do G20, que acontece a partir de sexta (28) em Osaka, no Japão. 

O Ministro Assistente de Assuntos Exteriores Zhang Jun afirmou nesta segunda (24) que o fórum é uma plataforma voltada para a economia e que o foco da China será em comércio e negócios. "Hong Kong não será discutido como um tópico na conferência do G20. Não permitiremos que este cenário aconteça." 

Em junho, quatro grandes protestos contra o projeto de lei que permite a extradição de fugitivos para serem julgados por Pequim colocaram o território sob domínio da China em crise —tribunais de Pequim são considerados menos justos em relação aos de Hong Kong.

Há novos protestos planejados para quarta (26). Os manifestantes querem conscientizar os líderes mundiais que estarão reunidos em Osaka para o fórum do G20. 

Após o começo das manifestações, que têm levado milhões às ruas, a líder de Hong Kong, Carrie Lam, suspendeu indefinidamente a discussão do projeto no Parlamento, mas a população exige que ela o cancele por completo e que renuncie ao cargo. 

A chefe do Alto Comissariado da ONU para direitos humanos, Michelle Bachelet, pediu para as autoridades de Hong Kong nesta segunda (24) que "façam amplas consultas" antes de passarem ou emendarem a proposta da lei de extradição. 

Bachelet elogiou a decisão do governo de atrasar a aprovação do projeto de lei em resposta ao que ela chamou de "grande demonstração de ativismo cívico por uma grande parte da população".

"Encorajo as autoridades a consultarem amplamente antes de aprovar ou alterar essa ou qualquer outra legislação", disse Bachelet ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, que abriu uma sessão de três semanas em Genebra.

Ex-colônia britânica, Hong Kong retornou ao domínio chinês em 1997, desde quando é governado sob a fórmula "um país, dois sistemas", que permite que tenha liberdades não permitidas à China continental, incluindo um sistema judiciário independente.

Os protestos recentes representam o maior desafio popular para o presidente chinês, Xi Jinping, desde que assumiu o poder, em 2012.

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