Governo militar do Sudão sela acordo de transição com manifestantes
Conselho militar comanda o país, com forte instabilidade, desde derrubada de al-Bashir em abril
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O Conselho Militar que governa o Sudão e lideranças de oposição que vinham há meses organizando protestos se reuniram para assinar, neste sábado (17), uma “declaração constitucional” que abre caminho para uma transição de poder para os civis.
O documento sela um acordo histórico que prevê um período de alternância temporária de comando por cerca de três anos, com eleições previstas para 2022. A negociação entre os militares e a aliança oposicionista durou meses, durante os quais houve protestos reprimidos com violência.
Os dois lados já haviam sinalizado ter chegado a um entendimento, em julho, quanto aos termos para uma transição negociada. A mediação da União Africana e de países como Etiópia e Estados Unidos foi determinante para que manifestantes e governo sentassem para conversar.
O Sudão vive a instabilidade de um governo militar provisório desde a derrubada do ditador Omar al-Bashir, que comandava o país desde 1989, por um golpe do Exército em abril.
Durante os meses de protestos que exigiam a deposição de al-Bashir, dezenas de manifestantes foram mortos. Hoje, o ex-ditador é procurado por crimes de guerra.
O país vive grave crise econômica, e sua estabilidade é vista como crucial para a região da África onde se situa, que também observa insurgências na Líbia e no Egito.
O acordo foi recebido com alívio por ambas as partes: os manifestantes enxergaram como uma vitória de suas demandas revolucionárias para o país, e os militares reivindicaram o mérito de ter evitado a eclosão de uma guerra civil.
Assinaram o documento deste sábado Mohammed Hamdan Daglo, número dois do Conselho Militar, e Ahmed al-Rabie, representante da oposicionista Aliança pela Liberdade e pela Mudança (ALC), que vinham trabalhando na redação do documento desde o início do mês. Estavam presentes chefes de Estado de países como Etiópia e Sudão do Sul.
Está previsto para este domingo (18) o anúncio de qual será a composição do Conselho Soberano, de maioria civil, encarregado de levar adiante a transição.
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