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Três jornalistas são assassinados no México em quatro dias

Semana teve também ataque com bombas incendiárias a uma redação

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Coatzacoalcos (México) | AFP

Nesta semana, três jornalistas foram assassinados no México e uma redação foi atacada com bombas incendiárias, numa escalada da violência contra a imprensa no país.

O repórter Jorger Celestino Ruiz, do jornal Gráfico de Xalapa, foi morto a tiros em Actopan, no estado de Veracruz, na noite de sexta-feira (2). 

"Foi um ataque direto de arma contra ele", disse o prefeito da cidade, Paulino Dominguez. Ainda não foi apontado nenhum culpado. 

Protesto de jornalistas pede justiça, na Cidade do México, em 2018 - Fernando Luna - 1.jun.18/Derecho de Informar/Xinhua

O assassinato de Ruiz ocorre menos de 24 horas depois de Édgar Alberto Nava, diretor e editor do portal de notícias La Verdad de Zihuatanejo, no estado de Guerrero, também ser morto em circunstâncias ainda não esclarecidas pelas autoridades.

Na terça-feira (30), o corpo de Rogelio Barragán, diretor do portal Guerrero Al Instante, foi encontrado no porta-malas de um carro abandonado no estado vizinho de Morelos.

Na quarta-feira (31), os escritórios do jornal El Monitor de Parral, na cidade de mesmo nome, no estado de Chihuahua, foram atacados com bombas incendiárias.

Depois do ataque, o diretor do jornal disse que se tratou de uma ameaça para pressionar os meios a deixar de dar notícias sobre política e crimes, e que eles pensavam em parar de acompanhar estes temas para preservar sua integridade. 

O governador de Veracruz, Cuitláhuac García, condenou "o covarde assassinato" de Ruiz e prometeu encontrar os responsáveis. "Seu assassinato não ficará impune. Por horas continuamos na operação coordenada para capturar os culpados", escreveu em uma rede social. 

O procurador do Estado, Jorge Winckler, confirmou no sábado o início de uma investigação sobre o crime.

​Ruiz contava com medidas de proteção para ele e sua família por ameaças recebidas devido a seu trabalho. As salvaguardas, no entanto, não estavam sendo cumpridas.

Uma fonte policial que pediu anonimato disse que a casa de Ruiz foi atacada a tiros em outubro passado. Na ocasião, também houve disparos de tiros contra seu carro, para intimidá-lo. Não foi informado quem teria realizado esses ataques. 

Colegas de Ruiz disseram que, após a denúncia, ele passou a evitar assinar suas matérias, para não chamar a atenção. 

Repórteres da região convocaram protestos para exigir justiça pela morte de Ruiz.

Até quinta-feira, os Repórteres Sem Fronteiras somavam o assassinato de oito jornalistas no México em 2019.

Em um comunicado, a CNDH alertou na sexta-feira que os atentados deixam claro o clima de insegurança enfrentado pelos profissionais de imprensa, assim como o alto nível de violência e as condições adversas que cercam o exercício do jornalismo no México.

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