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China não está na América Latina para ajudar, mas para controlar, diz senador americano

Rick Scott também alertou para os riscos da volta da esquerda na região

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São Paulo

O senador pela Flórida Rick Scott encerrou nesta quinta-feira (10) uma visita de três dias ao Brasil advertindo os perigos da volta da esquerda na Argentina e a ameaça chinesa na América Latina.

O senador republicano Rick Scott durante visita a São Paulo - Bruno Santos/Folhapress

Mais centrado em políticas para a América Latina no Senado, ele elogiou o presidente Jair Bolsonaro. Scott diz que o brasileiro “é focado em resultados” e recomendou boicote a todos os produtos chineses.

Por que o senhor está preocupado com a possibilidade de a esquerda vencer na Argentina? 

Será ruim para o povo e para o comércio. Basta ver o que fizeram com a economia argentina antes. O socialismo não funciona, intervenção do governo não funciona, governo administrando coisas não funciona. Livre mercado funciona.

O Brasil tem a oportunidade de mudar de rota. Brasileiros terão as mesmas oportunidades que nós, nos Estados Unidos.

Comparado ao governo anterior no Brasil, como o senhor avalia o atual? 

Eu nunca encontrei ninguém do governo anterior quando vim em 2011. 

Já Bolsonaro tem sido muito receptivo. Vou te dizer o que me impressionou. Sou empresário e, no mundo empresarial, as pessoas são muito focadas em resultados. 

Quando o encontrei, entendi que qualquer coisa que ele queira, ele quer o mais rapidamente possível. Ele entende que o tempo é importante. 

O senhor escreveu artigo para o Washington Post dizendo que pode ser necessário uso de força militar na Venezuela. 

Ninguém quer entrar em guerra. Mas precisamos fazer tudo o que podemos.

Espero que [Nicolás] Maduro deixe o poder e convoque eleições livres e justas. Estou trabalhando para garantir que não haja fornecimento de petróleo da Venezuela para Cuba. Isso vai afastar os cubanos, e eles são a chave para a segurança de Maduro. 

E a China e a Rússia, que apoiam Maduro? 

São claramente adversários dos EUA. A Rússia está envolvida em conflitos ao redor do mundo, e a China viola direitos humanos, são os maiores poluidores não respeitam nada.

Viajando pela América Latina, vejo que estão envolvidos em todos os países —e não é para ajudar a América Latina, é para controlar.

O sr. acredita que a presença chinesa na América Latina é uma ameaça? 

Claro, uma ameaça no mundo todo. A China não faz nada para beneficiar alguém. As democracias ajudam todo mundo. 

Governos totalitários como o da China comunista só ajudam a eles mesmos. Eles não compram soja do Brasil e dos EUA porque gostam da gente, compram porque precisam. Prender pessoas só por causa de sua religião [minoria muçulmana uigur] é desprezível.

 

O sr. já pediu um boicote a produtos chineses...

Sim, acho que não deveríamos comprar nada feito na China. E ponto final. Realmente não podemos fazer negócios com Huawei, ZTE, gente desse tipo. 

A Huawei e a ZTE têm negócios no Brasil. 

Qualquer um que faça negócios com Huawei e ZTE está correndo riscos. Eles vão ter os seus dados, as pessoas e os governos não terão privacidade.

Se você não se importa com isso, tudo bem, eles têm produtos baratos, não muito bons.

Como o sr. avalia a política ambiental brasileira para a Amazônia? 

Conversei com pessoas nesta visita, e elas estão muito comprometidas a fazer as coisas certas. Minha experiência é a seguinte: só se pode cuidar do ambiente se a economia estiver bem, senão não haverá dinheiro para isso.

Rick Scott, 66
Eleito para o Senado dos EUA em 2018, foi governador da Flórida entre 2011 e 2018. Cursou administração na Universidade de Missouri e Direito na Southern Methodist University

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