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Descrição de chapéu Coronavírus

Ditador do Turcomenistão proíbe uso da palavra coronavírus no país

Regime, um dos mais fechados do planeta, afirma não ter registrado casos de Covid-19

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São Paulo

A atual pandemia de coronavírus já contaminou mais de 800 mil pessoas no mundo e deixou 39 mil mortos, mas no Turcomenistão o problema não existe —pelo menos, segundo a versão oficial.

Nesta terça-feira (31), o ditador Gurbanguly Berdymukhamedov baniu o uso da palavra coronavírus no país.

A proibição vale tanto para publicações oficiais quanto para a imprensa independente —que quase não existe no país— e até mesmo para indivíduos.

A polícia pode prender, por exemplo, qualquer pessoa que use a palavra em algum local público, mesmo que seja apenas durante uma conversa com amigos.

Berdymukhamedov, 62, comanda o país desde 2007 e já tinha banido o uso de outras palavras da imprensa oficial, incluindo "problema”.

Conhecido por suas excentricidades, o ditador era o dentista de seu antecessor no cargo, que o chamou para ministro da Saúde antes de morrer, em 2006.

Ele tem obsessão por cavalos, a ponto de decorar todo seu gabinete com motivos equinos, e adora videoclipes com estética dos anos 1980 e 1990 —estrelou vários vídeos que imitam esse período.

Localizado na Ásia Central, o Turcomenistão é um ex-integrante da União Soviética e um dos países mais fechados do planeta, muitas vezes comparado à Coreia do Norte.

O país é o último colocado no ranking de liberdade de imprensa feito pela ONG Repórteres Sem Fronteiras e o penúltimo no ranking de liberdade global feito pela Freedom House, entidade com sede em Washington.

Entidades de direitos humanos já denunciaram o regime de Berdymukhamedov pelo desaparecimento de dissidentes e por fraudes eleitorais —na sua última reeleição, em 2017, ele recebeu 97,69% dos votos.

A internet no país também é controlada, e o acesso a sites independentes, proibido. Além disso, a entrada de estrangeiros é bastante restrita.

Assim, ninguém sabe ao certo se os dados divulgados pelo regime, de que não há nenhum caso confirmado de coronavírus no Turcomenistão, está certo.

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