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Singapura usa cão-robô a la 'Black Mirror' para alertar sobre distanciamento social

Máquina de quatro patas pede educadamente a corredores e ciclistas que fiquem longe uns dos outros

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Singapura | Reuters

Sem precisar latir suas ordens, um cão-robô recrutado pelas autoridades de Singapura pede educadamente a corredores e ciclistas que mantenham o distanciamento físico nos parques da cidade-estado para ajudar a conter as infecções por coronavírus.

A máquina de quatro patas, construída pela empresa americana Boston Dynamics e guiada por controle remoto, é utilizada desde esta sexta-feira (8) como parte de um teste de duas semanas para policiar os espaços verdes de Singapura. No futuro, o equipamento pode se juntar a outros robôs.

"Vamos manter Singapura saudável", diz, em inglês, o robô amarelo e preto batizado Spot. "Para sua própria segurança e para os que estão ao seu redor, afaste-se pelo menos um metro, por favor. Obrigado", acrescenta, com uma suave voz feminina.

Spot, o cão-robô desenvolvido por uma empresa de engenharia robótica americana, em parque de Singapura - Roslan Rahman - 8.mai.20/AFP

Apesar das semelhanças com o robô assassino do quinto episódio da quarta temporada de "Black Mirror", série que ficou famosa por criar cenários distópicos em que a tecnologia é, em parte, responsável pela decadência das sociedades, o cão-robô de Singapura tem fins pacíficos.

Equipado com câmeras e ferramentas de análise para estimar o número de pessoas no parque, Spot transmite mensagens que lembram aos visitantes as medidas de distanciamento social.

Autoridades da cidade-estado disseram que as câmeras não são capazes de rastrear indivíduos ou gravar dados pessoais. O cão-robô também foi testado recentemente em um hospital para fornecer medicamentos a pacientes isolados.

Em Singapura, outro robô em formato de um pequeno carro também foi usado para dar lembretes aos frequentadores de parques públicos sobre o distanciamento social.

Robô assassino inspirado em criação da Boston Dynamics em cena de 'Metalhead', episódio de 'Black Mirror' - Reprodução/Netflix

Apesar das gentilezas de Spot, violações às rígidas regras de bloqueio de Singapura podem resultar em multas pesadas e até prisão.

A cidade-estado, com 5,7 milhões de habitantes, registrou mais de 21 mil casos, um dos índices de contaminação mais altos da Ásia, devido principalmente a infecções em massa entre trabalhadores migrantes que vivem em dormitórios apertados em áreas pouco visitadas por turistas.

De acordo com as regras do confinamento decretado até 1º de junho, a população de Singapura só pode deixar suas casas para atividades essenciais, como compras em supermercados, e deve usar máscaras o tempo todo em lugares públicos. Exercícios ao ar livre são permitidos, mas nunca em grupos.

Nesta sexta-feira (8), o ministro da Saúde de Singapura, Gan Kim Yong, anunciou que a cidade-estado planeja fazer testes em 16 mil idosos que moram em casas de repouso até o começo de junho.

Quatro das 20 pessoas que morreram em decorrência da Covid-19 em Singapura eram moradores desses lares de idosos.

A baixa letalidade na cidade-estado é, em grande parte, atribuída à imensa capacidade de testagem de Singapura —2.500 testes a cada 100 mil pessoas—, e ao rígido controle imposto pelo governo sobre a população.

No início da semana, autoridades de Singapura disseram que planejam um aumento de 500% em sua capacidade de teste da Covid-19.

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