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Manifestantes destroem estátuas de Cristóvão Colombo nos EUA

Ativistas miram símbolos que enaltecem passado colonial e escravocrata

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São Paulo

Ao menos duas estátuas de Cristóvão Colombo foram atacadas nos Estados Unidos na noite de terça-feira (9), em meio à onda de protestos antirracistas que se espalhou pelo mundo nas últimas semanas.

Uma estátua de Colombo foi derrubada, incendiada e jogada em um lago em Richmond, na Virgínia.

Estátua de Cristóvão Colombo jogada dentro de lago por manifestantes em Richmond, na Virgínia - Videoguns no Instagram via Reuters

Em Boston, outra imagem do navegador, instalada em um parque, foi encontrada com a cabeça decepada na manhã desta quarta-feira (10).

Colombo é apontado como o primeiro europeu a chegar a América, em 1492. Após sua chegada, o continente foi colonizado pelos europeus, que mataram ou escravizaram milhares de habitantes locais.

Com isso, movimentos indígenas criticam as homenagens a Colombo, que nos EUA é celebrado em um feriado, em outubro, pois sua chegada à América é tida como o marco inicial da história do continente.

Essa visão, no entanto, ignora a história dos nativos, que viviam na região há centenas de anos e inclusive criaram impérios, como o asteca e o inca.

A onda de protestos antirracistas começou após a morte de George Floyd, em 25 de maio. Negro, ele foi sufocado por um policial branco, que forçou o joelho sobre seu pescoço. Os agentes envolvidos no caso foram presos e aguardam julgamento. Floyd foi enterrado na terça (9), após uma série de homenagens.

Além de questionar a violência policial, os protestos passaram a questionar homenagens a personalidades do passado que tiveram envolvimento com a escravidão.

No domingo (7), em Bristol, na Inglaterra, manifestantes usaram cordas para derrubar uma estátua de ​Edward Colston, feita de bronze e erigida em 1895. Ela foi em seguida jogada em um rio que corta a cidade.

O homenageado foi traficante de escravos e membro do Parlamento britânico no século 17.

Em resposta às demandas dos londrinos que saíram às ruas no fim de semana, o prefeito da cidade, Sadiq Khan, anunciou na terça (9) que revisará a conveniência de se ter estátuas ou nomes de logradouros públicos em homenagem a pessoas ligadas à escravidão.

A discussão sobre a retirada de monumentos que homenageiam figuras com passado racista ou opressor é presente nos Estados Unidos há décadas.

Após os protestos de extrema direita de 2017 em Charlottesville, na Virgínia, várias cidades retiraram estátuas de figuras do Exército Confederado —lado na Guerra Civil Americana (1861-1865) que defendia a manutenção da escravidão.

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