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Presidente interina da Bolívia publica lei que convoca eleições em setembro

Jeanine Añez resistia a oficializar acordo feito entre partidos e aprovado pelo Congresso

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La Paz | AFP

Após vários dias de pressão, a presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez, publicou na noite deste domingo (21) uma lei convocando novas eleições presidenciais para o dia 6 de setembro.

A data havia sido definida em 1º de junho num acordo entre os partidos bolivianos, mediados pelo Tribunal Supremo Eleitoral.

Añez, criticada pela reticência em promulgar a lei, argumentava que o período coincidiria com o pior momento da pandemia do novo coronavírus no país, representando um risco para a saúde pública.

A presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez, acena durante evento em La Paz - Aizar Raldes - 11.jun.20/AFP

“Tenho um país sofrendo e muitos políticos e autoridades exigindo eleições o mais rapidamente possível”, disse.

Ela afirmou que seu antecessor, Evo Morales, e seus dois principais concorrentes, Luis Arce e o ex-presidente Carlos Mesa, devem assumir “com coragem a responsabilidade que têm, por terem exigido com tanta insistência a realização das eleições em plena pandemia”.

Em entrevista recente à Folha, Arce defendeu a realização do pleito e acusou Añez de "centralizar poder e fazer campanha, enquanto os demais candidatos estão em quarentena".

Inicialmente, as eleições presidenciais bolivianas estavam marcadas para o dia 3 de maio, mas foram adiadas por causa da crise sanitária. A Bolívia conta 23.512 casos de Covid-19 e 740 mortes.

Arce tem apoio de Evo, de quem foi ministro da Economia por mais de dez anos. Na última pesquisa de opinião, realizada em março, ele liderava com 33,3% das intenções de voto, seguido por Mesa, com 18,3%, e Añez, com 16,9%.

A Bolívia vive instabilidade política desde as contestadas eleições presidenciais de 2019, que concederam uma controversa vitória em primeiro turno a Evo Morales.

Aquele seria seu quarto mandato, mas em meio a acusações de fraude na contagem de votos, enfrentamentos em várias cidades e pressão das Forças Armadas, Evo renunciou.

Partiu para o México e depois passou a viver na Argentina com status de refugiado.

Desde então, quem governa de modo interino é a direitista Añez, cuja legitimidade no cargo também é contestada, pelo fato de ter usado brechas constitucionais para se declarar como a seguinte na linha de sucessão, uma vez que o então vice-presidente, Álvaro García Linera, e a presidente do Senado, Adriana Salvatierra, também renunciaram.

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