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Descrição de chapéu União Europeia

Ex-segurança de Macron é condenado à prisão por agressão a manifestantes

Juíza diz que funcionário deveria ter comportamento exemplar pela função que exercia; caso gerou crise no governo em 2018

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Paris | AFP e Reuters

A Justiça francesa condenou nesta sexta-feira (5) a três anos de prisão —dois deles suspensos— um ex-guarda-costas do presidente francês, Emmanuel Macron, por agredir manifestantes durante um protesto no dia 1º de maio de 2018. Ele também terá que pagar uma multa de 500 euros (cerca de R$ 3.200).

O caso gerou uma crise no governo de Macron, que deve concorrer à reeleição no pleito do ano que vem.

O presidente Emmanuel Macron ao lado de seu então segurança Alexandre Benalla - Philippe Wojazer - 17.jun.17/Reuters

O tribunal disse que Alexandre Benalla, 30, agiu com "um sentimento de impunidade e onipotência", de acordo com uma repórter da France Info presente no julgamento. Ele também foi considerado culpado de uso fraudulento de passaportes diplomáticos e de porte ilegal de arma.

"O senhor foi investido de um certo poder devido às suas funções", disse a presidente do tribunal, Isabelle Prévost-Desprez, ao proferir a sentença. "O senhor traiu a confiança depositada por essa nomeação."

Segundo ela, a condenação se justifica pela "gravidade dos numerosos fatos e pelas missões que ele cumpria, que exigiam rigor e comportamento exemplar". Benalla cumprirá pena de um ano em casa com uma pulseira eletrônica, segundo informo a rede BFM TV.

​Em um episódio que se transformou num dos mais graves desafios à gestão de Macron, Benalla foi filmado agredindo manifestantes durante os atos do Dia do Trabalho ao acompanhar a polícia. Em um vídeo publicado pelo jornal Le Monde, ele agarra e arrasta uma mulher pelo chão e pisa num homem desarmado.

A falta de transparência da gestão do presidente francês na divulgação do episódio e na imposição de medidas disciplinares contra o funcionário público gerou uma forte crise no governo.

A oposição denunciou o caso como uma "questão de Estado". Os meses seguintes foram marcados por uma série de revelações e audiências em comissões parlamentares de inquérito.

A condenação é a primeira contra o ex-colaborador, réu em mais cinco processos. Ele nega ter espancado manifestantes e afirma ter tido uma "reação cidadã" a "quem tinha acabado de cometer um delito".

O veredicto sobre o escândalo que, junto com os protestos dos "coletes amarelos", abalou a primeira parte do mandato do presidente, vem meses antes das eleições presidenciais marcadas para abril de 2022.

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