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Novo terremoto mata 5 no Afeganistão, e Talibã encerra busca de sobreviventes

Regime diz não ter suprimentos médicos necessários; ajuda humanitária leva a novas acusações de China contra Taiwan

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Cabul | Reuters

Dois dias depois de ser atingido por um terremoto que deixou ao menos mil mortos, o Afeganistão registrou nesta sexta (24) um novo tremor de magnitude 6,1. O fenômeno, em Paktika, na fronteira com o Paquistão, matou ao menos cinco pessoas, segundo o porta-voz do Ministério da Saúde do Talibã.

A província foi uma das mais afetadas pelo terremoto registrado na quarta (22) e cujo número de vítimas chega a 1.036, de acordo com o escritório da ONU no país da Ásia Central. Autoridades do país, no entanto, já encerraram as buscas por sobreviventes, disse o Ministério de Gestão de Desastres.

Sobreviventes de terremoto caminham por casas destruídas para avaliar os danos no distrito de Bermal, na província de Paktika - Ahmed Sahel Arman - 23.jun.22/AFP

Cerca de 2.000 pessoas ficaram feridas, e mais de 10 mil casas foram parcial ou totalmente destruídas, de acordo com o balanço atualizado. O Afeganistão não tem suprimentos médicos suficientes para cuidar dos feridos. "Precisamos de ajuda médica", disse um porta-voz da pasta de gestão de desastres à Reuters.

A situação do país, que já assistia a crises econômica e humanitária, intensificada após os extremistas do Talibã retomarem o poder em agosto, fez com que a ONU ampliasse os pedidos de ajuda internacional.

O Acnur, órgão das Nações Unidas para refugiados, afirmou ter enviado suprimentos, que incluem 600 tendas e 1.200 lâmpadas solares, para apoiar o que calcula serem 4.200 sobreviventes nas regiões mais afetadas. A organização chamou a atenção para o risco de epidemias de doenças transmitidas pela água.

"Crianças e adolescentes estão extremamente vulneráveis e correm alto risco de serem separadas de suas famílias, sofrerem emocionalmente e serem exploradas", disse Mohamed Ayoya, representante do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no país. Pacotes de ajuda humanitária começaram a ser enviados por outros países. Os asiáticos Japão, Coreia do Sul e Taiwan, além dos Emirados Árabes Unidos, disseram que planejam enviar suprimentos —mantimentos do Paquistão já cruzaram a fronteira.

Já a Índia disse ter enviado 27 toneladas de suprimentos em dois voos para serem entregues às agências internacionais. A China afirmou ter intensificado os esforços para coletar dinheiro, barracas e outros itens para entregar a Cabul o mais rapidamente possível, sem fornecer detalhes sobre o tamanho da ajuda.

Pequim também despendeu críticas ao apoio enviado por Taiwan, ilha que na prática é autônoma, embora sem reconhecimento internacional, e que a China diz ser uma província rebelde. A chancelaria do país, ao comentar doações feitas por Taipé à Ucrânia, invadida pela Rússia, disse que a ajuda tinha fins políticos.

Desta vez, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, questionado sobre a ajuda ao Afeganistão, reiterou que Taiwan faz parte da China e seguiu: "As motivações políticas das autoridades de Taiwan para expandir seu espaço internacional, que estão por trás da 'assistência' fornecida, não vão se materializar".

A ilha informou que doará US$ 1 milhão (R$ 5,2 milhões) para os esforços de ajuda humanitária. O gabinete da presidente Tsai Ing-wen, porém, afirmou que equipes de busca e resgate não seriam enviadas devido a dificuldades de transporte no país da Ásia Central. Terremotos não são incomuns no Afeganistão devido a movimentos constantes das placas tectônicas Eurasiana e Indiana. Uma das regiões mais afetadas é a área montanhosa Hindu Kush, que se estende também para partes do Paquistão e da China.

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