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Suécia acaba com 'diplomacia feminista' e Ministério do Meio Ambiente

Nova gestão é aliada a partido de ultradireita crítico a políticas verdes de governo anterior

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São Paulo

A Suécia não terá mais a chamada diplomacia feminista nem um Ministério do Meio Ambiente, apontou o novo governo do país nesta terça-feira (18). Um dia antes, o moderado Ulf Kristersson foi oficializado como primeiro-ministro, após formar uma coalizão com outros três partidos, incluindo o Democratas Suecos, de ultradireita.

O status diplomático da nação nórdica foi estabelecido em 2014 pela então ministra das Relações Exteriores Margot Wallström e tinha o objetivo de abarcar globalmente a promoção da emancipação econômica, o combate à violência sexual e o aumento da participação política das mulheres.

Primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, em frente ao Parlamento do país, em Estocolmo - Jonathan Nackstrand -18.out.22/AFP

Desde que entrou em vigor, a medida foi elogiada por ativistas feministas e fez aflorar tensões com países do Oriente Médio. Em 2015, observações de Wallström sobre os direitos das mulheres na Arábia Saudita levaram a nação do Golfo a convocar seu embaixador em Estocolmo.

Na prática, é difícil mensurar os frutos do status no período em que ele vigorou. Em um documento de 2018, a Suécia apontou que leis na Moldova e na Somália sobre a representação de mulheres na política foram frutos da diplomacia feminista, assim como a inclusão dos princípios de igualdade de gênero no acordo de paz firmado entre o governo da Colômbia e as Farc em 2016.

A política também teria contribuído para novas legislações em cerca de 20 países, muitas vezes relacionadas à violência de gênero, mutilação genital feminina e casamento infantil.

Embora não haja uma definição consensual do que constitui uma política externa feminista, a ONU estipula que ao menos outros sete países têm ações semelhantes: Canadá, França, México, Espanha, Luxemburgo, Alemanha e Chile. Holanda e Bélgica ainda estão em processo para reorientar a diplomacia. A gestão de Magdalena Andersson havia anunciado, em janeiro, a criação de um grupo de 16 países com diplomacias feministas.

Nesta terça, coube ao novo chanceler, Tobias Billström, anunciar o fim do título. Segundo ele, "rótulos têm o mau hábito de prevaleceram sobre o conteúdo". Ele frisou, porém, que "a igualdade de gênero é um valor fundamental na Suécia e para esse governo". Com 13 homens e 11 mulheres, a nova gestão já não é mais paritária.

Outra reversão de direção se deu nas históricas políticas climáticas do país. Kristersson anunciou que o Ministério do Meio Ambiente deixaria de ser uma pasta independente, para se tornar vinculada à de Economia e Energia, comandada pelo Partido Democrata-Cristão.

A área ambiental será liderada por Romina Pourmokhtari, 26, pessoa mais jovem no posto na história do país, segundo o jornal britânico The Guardian. De origem iraniana, ela dirigia a juventude do Partido Liberal, de centro-direita, e, em 2020, chegou a propôr um imposto sobre a produção de carne para ajudar a combater as mudanças climáticas.

Nas últimas semanas, Pourmokhtari criticou abertamente a aproximação dos Liberais com os Democratas Suecos, defensores de causas anti-imigratórias e contrários a várias políticas verdes do governo Andersson.

Ao todo, o novo governo será composto por 12 ministros dos Moderados –além do próprio premiê—, 6 Democratas-Cristãos e 5 Liberais. A ultradireita não liderará ministérios, embora haja representantes dos Democratas Suecos em todas as pastas.

Com AFP

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