Siga a folha

Descrição de chapéu China União Europeia

Premiê da China visita Olaf Scholz para aproximar Pequim da Europa

Líderes discutiram segurança no mesmo dia em que Blinken se reuniu com Xi Jinping em Pequim

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Berlim | AFP

O premiê da China, Li Qiang, iniciou nesta segunda-feira (19) sua primeira viagem ao exterior desde que assumiu o cargo, em março, com uma visita à Alemanha, parceira cada vez mais estratégica para Pequim diante da crescente desconfiança do Ocidente.

Li foi recebido por seu homólogo alemão, Olaf Scholz, e pelo presidente do país, Frank-Walter Steinmeier, com quem participou de reunião a portas fechadas. Os líderes do país europeu deram o tom do encontro: a cooperação entre as duas nações "continua sendo importante, mas mudou nos últimos anos", disse Steinmeier, segundo mensagens publicadas nas redes sociais por seu porta-voz, Cerstin Gammelin.

"A China é parceira da Alemanha e da Europa, mas também cada vez mais uma concorrente e rival no cenário político", afirmou o presidente da Alemanha. Já a chancelaria chinesa mencionou a importância que atribui aos diálogos com o país europeu e expressou a "esperança de expandir as relações".

O premiê alemão, Olaf Scholz, cumprimenta seu homólogo chinês, Li Qiang, antes das negociações a portas fechadas em Berlim, na Alemanha - Fabrizio Bensch/Reuters

Depois da Alemanha, Li visitará a França. O aceno da China à Europa ocorre em um momento em que Pequim e Washington buscam aliviar tensões que escalaram em fevereiro, quando as forças americanas abateram um suposto balão de espionagem chinês no espaço aéreo dos EUA.

Mais cedo, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, reuniu-se com o líder da China, Xi Jinping, para reativar as comunicações entre as superpotências e reduzir o risco de conflito. Segundo o chinês, os dois lados "fizeram progressos e chegaram a acordos sobre algumas questões específicas".

Na semana passada, a Alemanha divulgou sua primeira Estratégia de Segurança Nacional da história, no qual aponta a Rússia como maior ameaça à segurança e sugere que a China, aliada de Moscou, pode ser um fator de desestabilização —mas sem acusações frontais, dados os laços comerciais e políticos.

A China é o maior parceiro comercial da Alemanha, que, por sua vez, é considerada por Pequim um de seus principais canais para diálogo na Europa. Nos últimos anos, porém, Berlim passou a intensificar as críticas contra o país asiático ante as ameaças feitas pelo regime de Xi contra a ilha de Taiwan e as acusações de perseguição contra os uigures —minoria muçulmana concentrada na região de Xinjiang—, além da ausência de uma condenação chinesa à Guerra da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.

As críticas contra Pequim se estendem para o campo da tecnologia. Na semana passada, a Comissão Europeia alertou que os gigantes chineses de telecomunicações Huawei e ZTE são um risco para a segurança europeia, o que levou autoridades alemãs a pedirem diversificação no setor.

Ao mesmo tempo, a China atravessa período de desaceleração econômica. No ano passado, a economia da China cresceu 3% em 2022, um de seus piores níveis em quase meio século. Não surpreende, portanto, que Li tenha escolhido a Alemanha como sua primeira visita internacional, segundo analistas.

"À medida que as relações com os Estados Unidos se deterioram, Pequim está interessada em mostrar que mantém relações construtivas com o principal ator da Europa", disse Thorsten Benner, diretor do Instituto Global de Políticas Públicas, à agência de notícias AFP.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas